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Itália pede prisão perpétua para chefe da máfia siciliana

Matteo Messina Denaro está em fuga desde 1993.

Itália pede prisão perpétua para chefe da máfia siciliana
ALESSANDRO FUCARINI

A justiça italiana pediu esta sexta-feira prisão perpétua para o chefe da máfia siciliana (Cosa Nostra), Matteo Messina Denaro, em fuga desde 1993 e considerado um dos responsáveis dos atentados dos juízes Paolo Borsellino e Giovanni Falcaone, em 1992.

O pedido foi feito por Gabriele Paci, procurador de Caltassinetta (centro da ilha italiana da Sicília), ao Tribunal Penal da cidade, que argumentou que Messina Denaro foi o primeiro a participar nas tentativas de assassínio de Borsellino e Falcone, "inimigos históricos da Cosa Nostra".

"[A decisão de matar os dois juízes] não foi um ato isolado, pois estava incluído numa estratégia de massacre em que Messina Denaro participou em consciência, dando o seu consentimento e manifestando uma disponibilidade total, sua, dos seus homens e do seu território ao plano" orquestrado por Totó Riina, o "padrinho de todos os padrinhos" da Cosa Nostra, falecido em 2017 aos 87 anos, defendeu Paci.

Chefe da máfia teve uma "dedicação total" ao plano

Segundo o procurador italiano, Messina Denaro teve uma "dedicação total" ao plano, considerando-o como o "fruto podre" de Totó Riina.

Messina Denaro já fora condenado em Itália a prisão perpétua, igualmente à revelia, pelos atentados de 1993 em Florença, Roma e Milão, em que morreram 10 pessoas, mas nunca foi julgado pelas bombas que mataram os juízes Borsellino e Falcone.

A 23 de maio de 1992, o juiz Falcone foi assassinado num atentado na autoestrada de Capaci, próximo do aeroporto da capital siciliana, Palermo, que vitimou também a mulher e três membro da sua escolta pessoal.

Por seu lado, Borsellini morreu a 19 de julho de 1992, na sequência da explosão de um carro armadilhado quando se aprestava para se encontrar com a mãe, na Via D'Amelio, em Palermo, atentado em que foram também mortos cinco elementos da sua guarda pessoal.

Messina Denaro é o criminoso mais procurado de Itália pelos seus múltiplos delitos e é considerado o "herdeiro" da Cosa Nostra, após a detenção de Bernardo Provenzano, em abril de 2006.

Vive na clandestinidade desde 1993 e continua a liderar a Cosa Nostra através de uma rede de colaboradores.