O Kremlin protestou esta terça-feira contra a possibilidade de novas sanções do ocidente contra Moscovo devido à prisão e ao caso de envenenamento do oposicionista Alexei Navalny.
"Aqueles que confiam nessas restrições, provavelmente, deveriam pensar: estaremos a alcançar os objetivos com estas políticas?" questionou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"A nossa resposta vai ser evidente: tais políticas não vão atingir os objetivos", acrescentou o responsável na conferência de imprensa diária, hoje em Moscovo.
Trata-se de uma reação às posições dos especialistas das Nações Unidas que, segunda-feira, responsabilizaram a Rússia pelo envenenamento de Navalny no verão de 2020.
A ONU pediu um inquérito internacional sobre o uso do agente nervoso de fabrico militar contra o dirigente da oposição.
Por outro lado, a União Europeia oficializou as sanções contra quatro altos funcionários russos implicados nos processos judiciais contra Navalny e pela repressão exercida contra os apoiantes do oposicionista.
De acordo com a cadeia de televisão CNN que cita fontes próximas da presidência norte-americana, os Estados Unidos preparam-se igualmente para impor sanções contra a Rússia pelos mesmos motivos.
Navalny condenado a dois anos e meio de prisão
O político russo, de 44 anos, foi alvo de múltiplos casos judiciais depois de ter regressado à Rússia em janeiro, após cinco meses de convalescença na Alemanha, após o envenenamento de que foi alvo.
Navalny responsabilizou diretamente o presidente Vladimir Putin e os serviços secretos pela ação de que foi vítima quando se encontrava na Sibéria, em junho do ano passado.
Navalny foi transferido para uma colónia penitenciária a 200 quilómetros a leste de Moscovo onde vai cumprir uma pena de dois anos e meio de prisão.
A prisão de Navalny, no passado dia 17 de janeiro provocou importantes manifestações de protesto na Rússia tendo sido detidas 11 mil pessoas, muitas das quais continuam presas pelas autoridades.