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Três trabalhadoras de um canal de televisão mortas no Afeganistão

A polícia avança que um agressor pertence ao movimento talibã, mas o ataque ainda não foi reivindicado.

Três trabalhadoras de um canal de televisão mortas no Afeganistão
Parwiz Parwiz

Três trabalhadoras de uma estação de televisão foram esta terça-feira baleadas e mortas por homens armados em Jalalabad, leste do Afeganistão, menos de três meses após um assassínio similar de um de seus apresentadores, anunciaram os seus colegas.

"Esta tarde, três de nossas colegas, mulheres jovens entre 17 e 20 anos, foram baleadas e mortas por homens armados na cidade de Jalalabad", disse à agência de notícias AFP Zalmai Latifi, diretor do canal Enekaas TV.

A polícia disse que um agressor, pertencente ao movimento talibã, foi detido.

Kayhan Safi, chefe do departamento de dobragem da Enekaas TV, onde as três vítimas trabalhavam, confirmou o ataque. Safi disse que as três jovens, identificadas como Shahnaz, Sadia e Mursal, foram mortas ao deixarem o escritório e voltavam a pé para casa.

"Trabalharam connosco por mais de dois anos (...) Estamos todos em choque aqui", reagiu.

"Detivemos (um agressor) enquanto tentava escapar dirigindo um pequeno carro de transporte individual. O seu nome é Qari Basir e confessou ter liderado o ataque e é membro do grupo talibã", afirmou Juma Hemat, o responsável da polícia de Nangarhar, província onde ocorreu o crime.

O ataque ainda não foi reivindicado.

Zahir Adel, porta-voz do hospital de Nangarhar, confirmou que os corpos das três funcionárias foram levados para as suas instalações, junto com outras duas mulheres que ficaram feridas.

Os assassínios seletivos de jornalistas, juízes, médicos, figuras políticas e religiosas e defensores dos direitos humanos têm ocorrido com mais frequência nos últimos meses no Afeganistão. As vítimas costumam ser mortas a tiro ou na explosão de bombas fixadas nos seus veículos, nos horários de pico nas estradas das grandes cidades.

Os talibãs negam qualquer responsabilidade pelos ataques direcionados, com o grupo 'jihadista' Estado Islâmico a reivindicar a maioria deles. O Governo afegão e os Estados Unidos continuam a imputar a autoria dos ataques aos talibãs.

No início de dezembro, uma jornalista e ativista que trabalhava para a Enekaas TV, Malalai Maiwand, foi morta a tiro com o seu motorista, em Jalalabad, a caminho do seu escritório.