O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs esta quinta-feira ao seu homólogo norte-americano uma discussão difundida "em direto" para os próximos dias, após Joe Biden o ter qualificado de "assassino", originando uma acesa troca de palavras entre os dois líderes.
"Gostaria de propor ao Presidente Biden de prosseguir a nossa discussão, mas na condição que o façamos em direto, em linha como se diz", declarou Putin, ao assinalar que esta conversa "aberta e direta" seria "interessante para o povo russo, para o povo americano e para muitos outros países", e considerando que os dois países, enquanto "as maiores potências nucleares", têm "uma responsabilidade especial para [garantir] a segurança estratégica no planeta".
O líder do Kremlin acrescentou que a conversa deverá decorrer "sem atrasos", na sexta-feira ou na próxima segunda-feira.
"Este fim de semana quero ir para a taiga [floresta boreal russa] descansar um pouco. Assim, poderia ser na sexta-feira, ou na segunda-feira", declarou o Presidente russo, que se exprimiu à margem de um evento no estádio Loujniki de Moscovo destinado a celebrar a anexação da península da Crimeia em 2014, e que deu início a uma fase de relações de crescente tensão entre a Rússia e o Ocidente.
Putin assegurou que iria "pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros" que desse início a este encontro virtual, nas declarações transmitidas pela cadeia televisiva Rossia 24.
"Poderíamos falar das relações bilaterais e a estabilidade estratégica, para além da resolução de conflitos (...) e sobre os problemas que a humanidade enfrenta atualmente, como a luta contra a pandemia, entre outros temas", assinalou.
"Para não dirigirmos ofensas à distância devemos manter as relações", sublinhou.
Pouco antes, Putin respondeu com desejos de "boa saúde" ao ataque pessoal do seu homólogo norte-americano, com 78 anos, que colocou as relações entre Moscovo e Washington num limiar de um grave conflito diplomático.
"Sobre as declarações do meu colega norte-americano, nós, como ele disse, conhecemo-nos pessoalmente. O que lhe responderia? Eu dir-lhe-ia: 'Tenha boa saúde'. O desejo de boa saúde", afirmou o Presidente russo.
Putin recordou ainda que na sua juventude se respondiam a insultos com a frase "quem o diz é quem o é", numa alusão à utilização de determinados qualificativos, neste caso o de "assassino", como sugeriu numa recente entrevista televisiva o Presidente dos EUA ao referir-se ao seu homólogo russo.
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