A Bielorrússia está a ser acusada de ter desviado, propositadamente, um avião para prender Roman Protasevich, um jornalista crítico do regime.
O aparelho da Ryanair foi este domingo forçado a aterrar em Minsk, capital da Bielorrúsia, quando fazia uma ligação direta entre Atenas e Vilnius, na Lituânia.
As autoridades bielorrussas terão usado a indicação de uma ameaça de bomba a bordo para forçar a aterragem.
Em comunicado, a Ryanair disse que o controlo de tráfego aéreo bielorrusso comunicou uma suposta ameaça à tripulação, dando também "instruções para desviar para o aeroporto mais próximo, Minsk". A empresa de voos 'low-cost' acrescentou que nada foi encontrado após o avião aterrar em Minsk.
Assim que o avião pousou no aeroporto, os passageiros foram obrigados a um controlo, durante o qual o jornalista foi detido. Segundo a agência France-Presse (AFP), diversos passageiros do avião onde seguia Protasevich disseram que o jornalista viveu longos minutos de angústia quando percebeu que o voo da Ryanair seria desviado para Minsk.
Roman Protasevich, de 26 anos, é o ex-editor-chefe do influente canal Nexta, que se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.
Este caso está a ser duramente criticado pela comunidade internacional. A prisão do ativista gerou indignação nos países ocidentais, com a NATO e a União Europeia a levantarem a ameaça de novas sanções contra a Bielorrússia.