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Massacre de Tiananmen. Proibidas cerimónias na China, Hong Kong e Macau

Ativista responsável por vigília em Hong Kong foi detida. 

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As cerimónias que assinalam os 32 anos do Massacre de Tiananmen voltaram a ser proibidas na China, mas também em Hong Kong e Macau. As autoridades alegam razões sanitárias por causa da pandemia, mas os movimentos pró-democracia contestam. Uma das principais ativistas de Hong Kong foi detida.

A advogada Chow Hang Tung tem sido uma das vozes mais ativas do movimento pro democracia de Hong Kong, responsável por organizar todos os anos uma vigília em memoria das vítimas do massacre de Tiananmen. Foi detida esta sexta-feira.

Pelo segundo ano consecutivo, não haverá cerimónia em Hong Kong e a polícia reforçou a vigilância para evitar concentrações ilegais. As autoridades justificam-se com a pandemia e com a dificuldade em manter o distanciamento social, mesmo que o território não registe casos locais de covid-19 há mais de um mês, e avisaram que quem participe numa manifestação arrisca uma pena de cinco anos de prisão. O Museu Memorial do 4 de Junho também foi encerrado.

Este ano, o massacre fica ainda por assinalar em Macau, pelo menos em cerimónias presenciais.

Na China, o silêncio de sempre, as referências à tragédia censuradas, como se a revolta e a repressão de há 32 anos não tivessem existido.

Os protestos juntaram intelectuais, estudantes e operários contra o Governo comunista acusado de repressivo e corrupto. As manifestações duravam há semanas e culminaram no duelo violento com a infantaria e os tanques.

O número exato de mortos nunca foi determinado. Às estimativas que apontavam para 10 mil vítimas. O Governo chinês contrapôs com 300, incluindo militares.

Das imagens e histórias que correram mundo, ficou sobretudo a de um homem solitário a desafiar o exército. O rebelde desconhecido ou o homem dos tanques. Travou temporariamente o avanço da coluna militar até ser depois retirado da praça. Nunca se soube ao certo quem era e nunca se soube ao certo o que lhe aconteceu.