Mundo

Netanyahu promete "derrubar rapidamente" Governo de coligação da oposição

Aliança representa saída do poder de Netanyahu ao fim de quinze anos.

Netanyahu promete "derrubar rapidamente" Governo de coligação da oposição
ABIR SULTAN

O primeiro-ministro israelita interino, Netanyahu, prometeu este domingo que "derrubará rapidamente" o governo formado por uma coligação de partidos da oposição, que o quer tirar do poder, adiantou a EFE.

"Vamos opor-nos à tomada de posse deste perigoso governo de fraude e rendição e, se ele for permitido, vamos rapidamente derrubá-lo", disse hoje Netanyahu, citado pela EFE, após uma reunião com o seu partido de direita, Likud, antes da votação parlamentar que deverá ratificar o acordo de coligação apresentado na quarta-feira.

Segundo a agência de notícias espanhola, a agenda do Parlamento israelita (Knesset), e do presidente Yariv Levin, que é também ele membro do Likud, não incluiu a tomada de posse de um novo governo na próxima sessão, quarta-feira.

Fim da era de Netanyahu

O líder da oposição centrista, Yair Lapid, e o ultranacionalista religioso, Naftali Benet, anunciaram um acordo de coligação com partidos de todo o espetro ideológico, incluindo o islamita, e com uma liderança rotativa, uma aliança que representa a saída do poder de Netanyahu, ao fim de quinze anos, doze dos quais seguidos.

Loading...

Aquele compromisso político tem agora de ser ratificado pelo Parlamento e Netanyahu está a tentar mudar o voto dos deputados de direita, que inicialmente apoiaram a coligação, para evitar que seja atingida a maioria de 61 votos dos 120 da Câmara necessários para a coligação ser aprovada.

"Apelo aos membros de direita e aos novos membros esperançosos do Knesset para que se ergam e votem contra este governo que põe em perigo o Estado de Israel. É tarde, mas não demasiado tarde", alertou Netanyahu.

O ainda primeiro-ministro de Israel considera a nova aliança um "perigoso governo de esquerda", embora a composição tenha uma maioria de forças de centro-direita e de extrema-direita, tendo Benet, um antigo líder colonizador, como primeiro-ministro durante os dois primeiros anos, seguido de Lapid nos dois seguintes.

O chefe do governo em exercício também se defendeu contra acusações de "incitamento".

Depois de o líder do Shin Bet, a Agência de Segurança de Israel, Yuval Diskin, ter alertado sábado à noite, estar a ocorrer um discurso de crispação crescente que poderá levar a episódios violentos.

"O incitamento contra nós também é desenfreado", afirmou a principal figura do Shin Bet, depois de condenar toda a violência.

"A crítica da direita não pode ser tratada como incitamento e a crítica da esquerda como ação legítima", continuou.

Yuval Diskin classificou igualmente o acordo para a formação de um novo governo como uma "traição" resultante das eleições de março, a quarta votação em menos de dois anos.

"Um governo de extrema esquerda que depende dos apoiantes do terrorismo não poderá tomar medidas sistemáticas e consistentes contra as organizações terroristas em Gaza e é duvidoso que se oponha à decisão no tribunal de Haia", acrescentou.