Uma forte onda de calor deve 'varrer' o sudoeste e oeste dos Estados Unidos esta semana, igualando ou batendo recordes de temperatura em vários Estados e potenciando o surgimento de grandes incêndios.
O aumento previsível da temperatura ganha maior relevância pois aquelas regiões atravessam uma seca recorde, o que potencia condições climáticas perigosas para o surgimento de incêndios, divulgou hoje o 'site' de notícias Axios.
As próprias temperaturas elevadas podem ser mortais.
Alertas por parte do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS, na sigla em inglês) para a onda de calor estão ativos na região oeste, desde a costa da Califórnia até Utah, a norte, até à fronteira com o Canadá e a sul, até à fronteira entre os Estados Unidos e o México.
Os recordes de altas temperaturas, quer em comparação o mês de junho em outros anos, ou em termos absolutos, podem ser igualados ou 'caírem' todos até sábado.
O Death Valley [Vale da Morte, em português], no Estado da Califórnia, que detém o recorde daquele país para a temperatura mais alta já registada, pode chegar aos 120 graus fahrenheit (cerca de 48,8 graus centigrados) durante vários dias e atingir mesmos os 127 graus fahrenheit (52,7 graus centigrados), próximo do recorde de temperatura em junho para aquele local.
No Estado do Arizona, que tem um recorde de temperatura de 128 graus fahrenheit (53,3 graus centígrados), estabelecido em Lake Havasu City, e no Estado de Nevada, com 125 graus fahrenheit (51,6 graus centígrados), estabelecido em Laughlin, podem ter estes registos em perigo.
Já em Las Vegas, a temperatura mais baixa esperada é entre os 85 e os 90 graus fahrenheit (29,4 e 32,2 graus centígrados), o que representa uma ameaça à saúde de qualquer pessoa que não possua ar condicionado.
O aumento de calor, previsto entre hoje e sábado, levou o gabinete de previsão do Serviço Nacional de Meteorologia em Las Vegas a lançar alertas sobre ameaças significativas à vida e a infraestruturas.
Os meteorologistas apontam ainda que a última vez que se registaram ondas de calor desta magnitude e com duração semelhante foi no final de junho e início de julho de 2013.
"Durante esse evento, o sul do Nevada registou quase 30 mortes e mais de 350 feridos relacionados com o calor, bem como interrupções de energia temporárias", sublinham.
O perigo de incêndios, resultantes da seca e das elevadas temperaturas, está patente em muitos estados do sudoeste norte-americano.
Grandes incêndios já estão a decorrer no Arizona e na Califórnia, por exemplo.
Outra das preocupações é o aumento do consumo de energia numa fase em que as eólicas reduzem a produção de eletricidade.
Assim como a seca registada nos solos, que passará de seca 'extrema' a 'excecional', as mais graves categorias.
Desta forma, o Lago Mead, que é o maior reservatório dos EUA em volume, já atingiu o nível mais baixo que há registo, sendo que a vaga de calor irá evaporar mais água.
O 'site' Axios analisa ainda que a onda de calor e a seca estão a trabalhar em conjunto e que, dadas as condições de seca anteriores, mais radiação solar pode resultar diretamente no aquecimento do ar, em vez de evaporar a humidade nos solos, lagos ou rios, resultando em temperaturas mais elevadas que o normal.
Uma das conclusões mais significativas dos meteorologistas é que estas ondas de calor estão a tornar-se mais intensas e duradouras à medida que o clima aquece de uma forma geral.
Nos últimos anos têm-se registado zonas persistentes de extensas de alta pressão no alto, conhecidas como 'domos térmicos', que bloqueiam os sistemas de tempestade e mantêm o clima quente desta forma por mais dias.
Este padrão climático está atualmente em vigor em todo o oeste norte-americano, sendo esperado no fim de semana.