Mundo

Paquistão ordena bloqueio do Tiktok pela terceira vez em menos de um ano

Decisão acontece após queixa de um cidadão.

Paquistão ordena bloqueio do Tiktok pela terceira vez em menos de um ano
AaronP/Bauer-Griffin

Um tribunal paquistanês ordenou esta segunda-feira o bloqueio da rede social Tiktok pela terceira vez, depois de ter sido reinstaurada no país noutras duas ocasiões, por não filtrar conteúdo alegadamente obsceno e promover o mês do Orgulho LGBT.

A aplicação chinesa "não respeita a lei e os preceitos básicos do Islão, assim como a cultura paquistanesa", afirmou o Tribunal Superior da província de Sindh, no sul do país, mencionando também que a "recente campanha na rede social que celebrou o mês do orgulho LGBT".

Decisão acontece após queixa de cidadão

O tribunal ordenou à Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA) que "suspenda as operações e/ou o acesso à aplicação" em todo o país, após um cidadão apresentar uma queixa contra o conteúdo alegadamente "obsceno e imoral".

O Tiktok continuará bloqueado no Paquistão, pelo menos, até 08 de julho, data em que se celebra a próxima audiência do caso, segundo meios de comunicação locais.

A aplicação chinesa conta com cerca de 14 milhões de utilizadores no Paquistão e foi bloqueada no país asiático, pela primeira, vez em 09 de outubro de 2020 por não filtrar conteúdo "imoral e indecente".

Esta suspensão foi levantada ao fim de 10 dias, após as autoridades paquistanesas receberem garantias sobre o bloqueio destes conteúdos por parte da empresa programadora da aplicação, a ByteDance.

Em 11 de março deste ano, o Tribunal Superior de Peshawar bloqueou a aplicação por considerar que "existe conteúdo imoral no Tiktok e que está a disseminar obscenidades na sociedade, o que é inaceitável".

O mesmo tribunal levantou o bloqueio, no mês seguinte, após instruir a Autoridade de Telecomunicações do Paquistão para que evite a publicação de conteúdo imoral.

O conservador e islâmico Paquistão proibiu, no início de setembro, as aplicações de encontros Tinder, Grindr, Tagged, Skout e SayHi.

Para avançar com as proibições, as autoridades paquistanesas recorrem à Lei de Delitos de Internet, aprovada no parlamento, em 2016, uma legislação que os grupos de defesa dos direitos humanos garantem que permite a censura e limita a liberdade de expressão.