Afeganistão

Talibãs já controlam 18 capitais de província afegãs

Talibãs capturaram Sharana, capital da província de Paktika, nas últimas horas.

Talibãs já controlam 18 capitais de província afegãs
Gulabuddin Amiri

O número de capitais provinciais afegãs dominadas pelos talibãs em pouco mais de uma semana elevou-se hoje a 18 após a captura nas últimas horas de Sharana, capital da província de Paktika, no sudeste do país.

Citando pela agência Efe, o deputado da câmara baixa do parlamento afegão Cálix Asas disse que os talibãs entraram na cidade de Charrana e que o controlo da cidade lhes foi entregue pacificamente e "sem disparar uma bala".

Os talibãs também já reivindicaram a captura da capital provincial.

"Os mujahideen do emirado islâmico [como os talibãs se autodenominam] entraram na cidade de Sharana, em Paktika. Todos os postos de controlo defensivos na cidade foram conquistados", informou na rede social Twitter o porta-voz, Zabihullah Mujahid.

Avanço dos talibãs

A queda da Sharana ocorre num contexto do avanço imparável dos talibãs que, após a fase final da retirada de solo afegão das tropas dos EUA e da NATO do Afeganistão, aumentaram as suas ofensivas.

A agência AP indica entretanto, citando autoridades afegãs, que os talibãs prosseguem ofensivas noutros pontos do país, tendo tomado uma província ao sul da capital do Afeganistão e lançado um ataque a uma grande cidade no norte.

Nos últimos três meses e meio, os rebeldes assumiram o controlo de 140 centros distritais, 18 capitais de província e quase dez passagens de fronteira, a maior conquista territorial em duas décadas de guerra.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas já manifestou a sua preocupação com a escalada da violência no Afeganistão na sequência da ofensiva militar lançada pelos talibãs e instou os rebeldes e o Governo afegão a negociar.

"O que vamos ver é o recrudescimento de uma guerra civil"

O comentador SIC Daniel Pinéu considera não estão cumpridos os "objetivos mínimos" da retirada de tropas do Afeganistão.

No Jornal da Meia Noite da SIC Notícias, afirma ainda que o país pode voltar a entrar numa guerra civil:

"O que vamos ver é o recrudescimento de uma guerra civil".

Daniel Pinéu diz que são "péssimas notícias" para os civis e para a comunidade internacional, apontando para uma "grande destabilização".

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