Pelo menos cinco pessoas morreram no aeroporto de Cabul numa altura em que multidões de civis tentam invadir à força os aviões para abandonar o Afeganistão, avança a agência de notícias Reuters.
Testemunhas relatam ter visto os corpos de cinco pessoas a serem transportados para um veículo, mas afirmam não ser claro se foram mortas por disparos ou em debandada.
As tropas norte-americanas, que tomaram controlo do aeroporto de Cabul, efetuaram disparos para o ar numa tentativa de dispersar as multidões, informou um oficial norte-americano esta segunda-feira.
EXÉRCITO NORTE-AMERICANO CONTROLA O AEROPORTO DE CABUL
O exército norte-americano assumiu o controlo do tráfego aéreo no aeroporto, "para permitir a partida segura do pessoal norte-americano e aliado no Afeganistão em voos civis e militares", indicaram o Departamento de Estado e o Pentágono, em comunicado conjunto.
"Durante as próximas 48 horas, teremos expandido a nossa presença de segurança para cerca de 6.000 tropas, com uma missão centrada unicamente em facilitar estes esforços", afirma-se no comunicado.
CAOS NO AEROPORTO
De acordo com a BBC, que cita um oficial dos Estados Unidos, os militares norte-americanos no aeroporto de Cabul dispararam para o ar numa tentativa de controlar multidões de civis que invadiram a pista.
“Estava fora de controlo. Os disparos serviram para dispersar o caos”.
O aeroporto de Cabul está envolto em caos, com milhares de afegãos a tentar abandonar o país.
Talibãs controlam quase 100% do território
Os talibãs tomaram o controlo de Cabul no domingo, depois de terem entrado na capital sem encontrar resistência, com quase todas as províncias debaixo do seu domínio. Os talibãs controlam neste momento quase 100% do território. Há uma debandada das embaixadas ocidentais e uma corrida aos bancos.
Um porta-voz do movimento islâmico radical, que governou no Afeganistão entre 1996 e 2001, disse à televisão pública britânica BBC que os talibãs pretendem assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias", através de uma "transição pacífica", 20 anos após terem sido derrubados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, pela sua recusa em entregar o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro de 2001.