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O negacionismo e a desinformação: como surgem e o que é preciso fazer

Cientistas realçam a importância da comunicação.

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Em mais de ano e meio de combate à pandemia, travou-se uma outra batalha, que poucos julgariam possível há uns anos. Com as redes socias à cabeça, cresceram como nunca as manipulações, as mentiras e a desinformação. Há teorias sobre tudo. A mais recente é a que nega os benefícios das vacinas, mas a mais abrangente é a que nega a própria existência de uma pandemia.

Contribui para o efeito de estufa, acelera a corrosão de metais e pode mesmo ser responsável por milhares de mortes. O alerta para os perigos do monóxido de di-hidrogénio foi feito em 1997 por um aluno de 14 anos nos Estados Unidos, que quis avaliar até onde podemos ser influenciados. Mais de 80% dos 50 colegas decidiu banir o monóxido de di-hidrogénio. Acontece que se trata, simplesmente, de água

O Washinton Post fez na altura um artigo sobre o estudo para mostrar como um facto perante um público mais ignorante pode levar a conclusões erradas.

Quase duas décadas e meia depois, agora com as redes sociais, são os mitos e as falácias, a deturpação dos factos a acompanhar o ritmo da pandemia.

Num estudo do Observatório da Comunicação do ISCTE, durante o primeiro confinamento, mais de 70% dos inquiridos disseram ter encontrado noticias falsas e dos que encontraram estes conteúdos 14% decidiu partilhar.

A maior parte da desinformação relacionada com as vacinas contra a covid-19 teve origem em apenas 12 pessoas.

Os especialistas dizem que é preciso entender como se produz ciência, os passos necessários para se validar uma investigação científica, saber identificar a desinformação. É preciso ainda melhorar a comunicação e saber passar para o público a dimensão da incerteza.