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Procuradora que investiga interferência de Trump nas eleições pediu proteção ao FBI

Pedido surge após Donald Trump ter ameaçado com protestos em várias cidades do país.

Procuradora que investiga interferência de Trump nas eleições pediu proteção ao FBI

A procuradora da Geórgia que investiga se Donald Trump interferiu no processo eleitoral presidencial de 2020 pediu proteção ao Federal Bureau of Investigation (FBI), após o ex-presidente ter chamado de “radicais” aos procuradores que o investigaram.

O pedido da procuradora Fani Willis, do condado de Fulton (Atlanta), que recebeu luz verde de um tribunal para formar um grande júri para recolher provas e investigar o caso, surge depois de o antigo presidente ter ameaçado com protestos em várias cidades do país, incluindo a capital da Geórgia, durante o fim de semana.

“Se estes procuradores radicais, viciosos e racistas fizerem algo de errado ou ilegal, espero que tenhamos os maiores protestos neste país que já tivemos em Washington, DC, em Nova Iorque, em Atlanta e noutros locais, porque o nosso país e as nossas eleições são corruptos”, disse Trump este fim de semana, durante um comício no Texas.

Numa carta para o FBI, que foi reproduzida esta por vários meios de comunicação locais, Willis solicita que “conduzam imediatamente uma avaliação de risco” do Tribunal de Fulton e dos escritórios do governo do condado, e “forneçam recursos de proteção, incluindo serviços de inteligência e agentes federais”.

“Devemos trabalhar em conjunto para manter o público a salvo e assegurar que não tenhamos uma tragédia em Atlanta semelhante à que ocorreu no Capitólio dos Estados Unidos, a 6 de janeiro de 2021”, escreveu Willis na missiva ao agente especial J.C. Hacker, responsável pelo escritório do FBI em Atlanta.

A procuradora refere-se ao assalto ao Capitólio por apoiantes do Trump, no qual cinco pessoas foram mortas e cerca de 140 agentes foram feridos.

Investigação centra-se em parte numa chamada que Trump fez

Na semana passada, os juízes do Tribunal Superior do Condado de Fulton aprovaram o pedido para formar o grande júri feito pela procuradora, que há quase um ano investiga a possível interferência de Trump nas eleições presidenciais de 2020, que o então presidente perdeu.

O grande júri iniciará os seus trabalhos a 2 de maio e continuará por um período “não superior a 12 meses”, segundo o juiz presidente, o juiz Christopher S. Brasher.

A procuradora fez o pedido ao tribunal para avançar com a sua investigação, depois de se ter queixado de que, embora o seu gabinete tenha feito inúmeros esforços para recolher provas e interrogar testemunhas, também encontrou uma grande resistência.

A investigação centra-se em parte na chamada que Trump fez, em janeiro de 2021, ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, na qual o ex-presidente pediu para “encontrar” milhares de votos a seu favor nesse Estado chave, que acabou por ser ganha pelo atual presidente, Joe Biden.