Os Estados Unidos deixaram de considerar “iminente” uma invasão da Ucrânia pela Rússia. Para José Milhazes, esta informação é um sinal de um aliviar da tensão entre as duas partes mas, simultaneamente, há outras informações que “confundem as cartas”.
“A porta-voz da Casa Branca veio dizer que retirava do seu discurso a palavra ‘inevitável’ em relação à invasão russa da Ucrânia porque, supostamente, Putin ainda está a pensar (…) Há sinais de um aliviar de tensões, mas depois aparecem outros que confundem todas as cartas. O facto da Ucrânia vir dizer abertamente que não irá cumprir os acordos de Minsk e os Estados Unidos ontem à noite virem reafirmar que querem que os acordos de Minsk sejam implementados”, considera o comentador.
Para José Milhazes, “a implementação dos acordos de Minsk, segundo os seus elaboradores, permitiria aliviar a situação à volta da região separatista no Leste da Ucrânia, mas a Ucrânia receia que se der um estatuto especial aquelas duas regiões, irá haver um processo de federalização da Ucrânia e que isso poderá ser o primeiro passo para a desintegração do país”
Milhazes explica que perante esta posição da Ucrânia, “a Rússia tem o argumento de que o acordo foi assinado, foi aprovado até pela ONU, e ao mínimo deslize a Rússia tem, alegadamente, uma razão para invadir a Ucrânia.
Em conclusão, o comentador considera que a questão agora é saber “quanto tempo a situação se pode aguentar assim” e que “ir para uma guerra é extremamente arriscado porque ninguém vai ganhar, toda a gente vai perder”.