A União Europeia e os Estados Unidos estão a preparar um pacote de sanções, que classificam como “sólido e abrangente”, que será aplicado rapidamente se a Rússia atacar a Ucrânia. Joe Biden e Emmanuel Macron conversam hoje por telefone com Vladimir Putin em mais um esforço para tentar evitar um conflito armado.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev ordenou hoje a retirada do seu pessoal não essencial, depois de Washington ter alertado para a iminência de uma ofensiva russa contra a Ucrânia.
“Hoje, o Departamento de Estado ordenou a partida de funcionários norte-americanos não essenciais da embaixada devido aos contínuos relatos de uma acumulação militar russa na fronteira com a Ucrânia, indicando a possibilidade de uma ação militar significativa”, anunciou a embaixada em Kiev na rede social Twitter.
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Na atualização de hoje do alerta de segurança, o Departamento de Estado anunciou o encerramento dos serviços consulares na embaixada em Kiev a partir de domingo.
“A embaixada manterá uma pequena presença consular em Lviv, Ucrânia, para fazer face a emergências, mas não poderá fornecer passaportes, vistos ou serviços consulares de rotina. Os cidadãos dos EUA poderão procurar estes serviços nas embaixadas dos EUA nos países vizinhos”, lê-se no alerta.
UE e EUA preparam pacote de sanções “sólido e abrangente” contra a Rússia
A Comissão Europeia anunciou hoje que Bruxelas e Washington estão a acompanhar a situação em estreita colaboração e que estão a coordenar os preparativos para um pacote de sanções “sólido e abrangente” que será aplicado rapidamente se a Rússia atacar a Ucrânia.
A questão foi discutida na sexta-feira à noite, numa conversa entre o chefe de gabinete da presidente da Comissão Europeia, Bjoern Seibert, e a secretária de Estado Adjunta norte-americana, Wendy Sherman.
Os dois debateram a situação na Ucrânia e a presença militar russa, segundo uma declaração da Comissão Europeia, citada pela agência espanhola EFE.
Seibert e Sherman “reafirmaram a importância da soberania territorial, a preservação das fronteiras existentes e a independência política da Ucrânia”, disse a Comissão Europeia.
Discutiram em particular “as medidas tomadas pela UE e pelos EUA para encorajar a Rússia a dar prioridade à desescalada, escolher a via da diplomacia e abster-se de todas as hostilidades”.
Seibert e Sherman reiteraram que “qualquer nova agressão russa contra a Ucrânia” terá consequências e custos pesados para a Rússia, segundo a declaração divulgada em Bruxelas.
União Europeia reafirma a Kiev apoio em caso de agressão russa
A União Europeia reafirmou às autoridades ucranianas que vai apoiar a Ucrânia no caso de uma “nova agressão russa”, disse hoje o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Josep Borrell escreveu na sua conta na rede social Twitter que falou com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, na sexta-feira à noite, “sobre os últimos acontecimentos”, em particular as questões de segurança.
“A UE e os seus parceiros estão unidos no apoio à Ucrânia. Seremos resolutos e decisivos na atuação em caso de nova agressão russa”, escreveu Borrell, “Estamos juntos”, acrescentou o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol.
Frota Russa do Mar Negro vai executar hoje exercícios navais na costa da Crimeia
A Frota Russa do Mar Negro vai executar hoje exercícios navais com mais de 30 navios para defender a costa e bases navais na península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014, anunciou o ministério da Defesa russo.
As manobras no Mar Negro coincidem não só com exercícios militares russo-bielorrussos em território bielorrusso, mas também com o destacamento de mais de 100.000 militares russos perto das fronteiras da Ucrânia, que foi denunciado por Kiev e pelo Ocidente como preparação para uma invasão.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
A análise do comentador da SIC José Milhazes à escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia:
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