O jornal The New York Times avança esta terça-feira que o acordo entre o príncipe André e Virginia Giuffre já é parcialmente conhecido. Sabe-se que não há admissão de culpa por parte do duque de York e ainda não são conhecidos os detalhes quanto à quantia estabelecida.
As partes “chegaram a acordo extrajudicial”, escreveu o advogado de Virginia, numa carta ao juiz de Nova Iorque enviada em nome de ambas as partes.
Apesar de não terem sido revelados detalhes sobre a quantia que pagará a Virginia Giuffre, o príncipe tenciona “fazer uma doação substancial” a uma associação que apoia “os direitos das vítimas de abusos sexuais”.
No comunicado, a equipa legal do filho de Isabel II aproveitou para reforçar que o príncipe “lamenta a sua associação com Jeffrey Epstein”, já que o magnata financeiro “traficou inúmeras jovens ao longo dos anos”.
Para além disso, o duque assegura que nunca teve intenção de “denegrir o caráter” da queixosa e “reconhece que esta possa ter sofrido tanto como vítima de abusos sexuais, como pelos ataques públicos injustos”.
O duque de York “elogia a coragem de Giuffre e das outras sobreviventes de se defender a si próprias”.
Numa carta endereçada ao juiz Lewis A. Kaplan, os advogados pedem que “suspenda todos os prazos” do julgamento, que tinha início previsto para o próximo outono, embora não houvesse uma data definida.
Na carta assinada por David Boies, advogado do príncipe britânico, filho da rainha Isabel II, a sua equipa de defesa informa o juiz de que vai apresentar um pedido de arquivamento do caso no prazo de 30 dias.
O juiz Kaplan tem agora o poder de arquivar o caso, bem como de manter secretos os termos do acordo extrajudicial.
Este juiz já rejeitou, em dezembro, o arquivamento do caso em resposta a um pedido da defesa assente num acordo assinado por Giuffre (que agora tem 38 anos e reside na Austrália) e pelo falecido magnata norte-americano Jeffrey Epstein, que foi quem alegadamente apresentou a jovem ao príncipe André.
O acordo chega semanas antes da data em que o príncipe ia ser interrogado, em Londres, pela equipa legal de Virginia Giuffre. O duque de York seria forçado a prestar um testamento sob juramento perante os representantes da alegada vítima de abuso sexual.
Em janeiro, Virginia disse que só pretendia “procurar justiça” contra aqueles que a magoaram e “tantas outras [vítimas]”.
Virginia Giuffre acusa o príncipe André de abusos sexuais quando ainda era menor de idade e alega que ocorreram três vezes, em 2001. A norte-americana também terá sido vítima do empresário Jeffrey Epstein.
O filho da Rainha Isabel II, destituído dos seus títulos militares pela sua mãe, sempre contestou “categoricamente” as acusações, mas não conseguiu, em janeiro, que a justiça americana arquivasse o caso.
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