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Painel da Câmara dos EUA diz que Trump está envolvido em conspiração criminosa

Em causa estará uma tentativa de inverter os resultados das presidenciais de 2020.

Painel da Câmara dos EUA diz que Trump está envolvido em conspiração criminosa

Um painel da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apontou que o ex-Presidente Donald Trump e colaboradores estão envolvidos numa “conspiração criminosa” para inverter os resultados das presidenciais de 2020.

A comissão, que investiga o ataque ao Capitólio a 6 de janeiro do ano passado, apresentou as alegações, na quarta-feira à noite, num documento a contestar uma ação judicial do antigo conselheiro de Trump John Eastman.

Eastman, advogado que aconselhava Trump sobre a invalidação das eleições, está a tentar reter documentos do painel que investiga o ataque. O painel argumentou a existência de uma exceção legal que permite a divulgação de comunicações relativas a crimes em curso ou futuros.

A comissão “também tem uma base de boa-fé para concluir que o Presidente e os membros da sua campanha se envolveram numa conspiração criminosa para defraudar os Estados Unidos”, escreveu o painel num relatório apresentado no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Central da Califórnia.

O relatório de 221 páginas marca o esforço mais formal da comissão para ligar o ex-Presidente a um crime federal, embora a real importância do documento não seja clara, uma vez que os legisladores não têm poder para deduzir acusações por conta própria, podendo apenas encaminhá-las para o Departamento de Justiça.

O departamento tem estado a investigar o motim do ano passado, mas não deu qualquer indicação de que esteja a considerar avançar com acusações contra Trump.

O documento apresentado na quarta-feira foi uma iniciativa do painel para refutar as reivindicações de privilégio advogado-cliente feitas por Eastman, a fim de reter os registos dos investigadores do Congresso.

O relatório também apresentou pormenores das entrevistas da comissão com alguns dos principais colaboradores de Trump, incluindo Marc Short, na altura chefe de gabinete do ex-vice-presidente Mike Pence.

A comissão afirmou ter encontrado provas de que Donald Trump tenha tentado obstruir um procedimento oficial, neste caso, a certificação dos resultados, ao tentar dar mais poder a Mike Pence para atrasar o processo, para que houvesse tempo adicional para manipular os resultados.

“As provas sustentam a conclusão de que o Presidente Trump e os membros da sua campanha sabiam que ele não tinha ganhado votos eleitorais legítimos suficientes para ser declarado vencedor nas eleições presidenciais de 2020 (…), mas o Presidente, não obstante, procurou usar o vice-presidente para manipular os resultados a seu favor”, concluiu o relatório.

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