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Biden assina projeto de lei que torna linchamento um crime de ódio federal

Mais de 100 anos após essa legislação ter sido proposta pela primeira vez.

Biden assina projeto de lei que torna linchamento um crime de ódio federal

O Presidente norte-americano, Joe Biden, assinou esta terça-feira um projeto de lei para tornar o linchamento um crime de ódio federal, mais de 100 anos após essa legislação ter sido proposta pela primeira vez.

Denominado “Emmett Till Anti-Lynching Act”, o projeto de lei recebeu o nome do adolescente negro cujo assassínio no Mississippi no verão de 1955 se tornou num momento de galvanização na era dos direitos civis.

A sua mãe, de luto, insistiu que o corpo do jovem ficasse num caixão aberto para mostrar a todos como o seu filho havia sido brutalizado.

Biden reconheceu o longo atraso durante o pronunciamento a legisladores, funcionários do Governo e defensores dos direitos civis, enfatizando como as mortes violentas de negros norte-americanos foram usadas para intimidá-los e impedi-los de votar simplesmente por causa de sua cor de pele.

“Obrigado por nunca, nunca desistir”, disse o chefe de Estado. “O linchamento foi puro terror para impor a mentira de que nem todos, nem todos, pertencem à América, nem todos são criados iguais”, acrescentou.

Mas Biden enfatizou que formas de terror racial continuam a existir nos EUA, criando a necessidade da lei.

“O ódio racial não é um problema antigo, é um problema persistente”, disse Biden. “O ódio nunca vai embora. Só se esconde”, frisou.

A nova lei torna possível processar um crime como linchamento quando uma conspiração para cometer um crime de ódio leva à morte ou a lesão corporal grave, de acordo com o defensor do projeto, o deputado Bobby Rush. A lei estabelece uma pena máxima de 30 anos de prisão e multas.

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