O procurador de Istambul pediu que o caso de Jamal Khashoggi, jornalista saudita assassinado na Turquia em 2018, seja “encerrado” para que possa ser transferido para a Arábia Saudita, avançam os meios de comunicação social turcos.
De acordo com a agência de notícias privada DHA, o procurador argumentou que “o caso está a arrastar-se porque as ordens judiciais não podem ser cumpridas porque os réus são estrangeiros”.
O pedido foi confirmado pela noiva de Khashoggi no Twitter. “Durante a audiência de hoje (…), o procurador solicitou, de acordo com o pedido saudita, a transferência do processo para a Arábia Saudita e a sua finalização na Turquia”, indicou Hatice Cengiz.
No processo estão acusados 26 cidadãos sauditas. O painel de juízes não decidiu sobre o pedido do procurador, mas decidiu que fosse enviada uma carta ao Ministério da Justiça da Turquia a pedir opinião sobre a possível transferência do arquivo para as autoridades judiciais sauditas, informou a agência estatal Anadolu. O julgamento foi adiado para uma data posterior.
O pedido do procurador ocorre no momento em que a Turquia tenta normalizar as relações com a Arábia Saudita, que atingiu um nível mais baixo de sempre após o assassinato de Khashoggi.
O jornalista saudita e colunista do Washington Post Jamal Khashoggi foi morto e desmembrado no consulado saudita em Istambul, a 8 outubro de 2018.
As autoridades turcas dizem que foi morto por uma equipa de agentes sauditas que voou para a Turquia para se encontrar com Khashoggi dentro do consulado.