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Casal processa clínica de fertilidade depois de abortar bebé de “estranhos” 

Teste genético revelou que havia 0% de possibilidade de serem os pais biológicos, mas médicos garantiram que teste estava errado. 

Casal processa clínica de fertilidade depois de abortar bebé de “estranhos” 

Depois de várias tentativas para engravidar naturalmente, um casal norte-americano recorreu à fertilização in vitro para tornar realidade o sonho de terem filhos. Contudo, poucos meses depois de descobrirem que iam ser pais, a família que tinham idealizado desmoronou-se: afinal, não seriam os pais biológicos da bebé que carregavam.

Tudo começou quando, aos seis meses de gravidez, o obstetra que acompanhava o casal, cujas identidades não foram reveladas, aconselhou a grávida a realizar testes genéticos para excluir a possibilidade de quaisquer problemas no bebé. 

Foi através deste exame que descobriram que era impossível a bebé ser sua filha biológica.  

Segundo o Washington Post, os especialistas da clínica de fertilidade garantiram ao casal, repetidamente, que o problema estava no teste genético e que eram, de facto, os pais biológicos da bebé. Depois disso, chegaram a dizer que a mãe sofria de uma condição médica rara e que, por isso, apresentava dois materiais genéticos diferentes.

Mas o casal norte-americano, acreditando no resultado que o teste genético apresentou – que havia 0% de possibilidade de serem os pais biológicos – decidiu abortar aos seis meses de gravidez, poucos dias antes do limite legal para o fazerem. 

Agora, estão a processar a clínica de fertilização de Nova Iorque, o embriologista que os acompanhou, Michael Femi Obasaju, e dois especialistas em fertilidade da mesma clínica por alegadamente terem colocado um embrião de “estranhos” no útero da mulher

Acusam ainda a clínica de ter perdido os embriões que lhes pertenciam e questionam-se sobre o paradeiro dos mesmos, receando que tenham sido implantados noutra mulher e que esta carregue o seu filho biológico. 

Nos documentos judiciais, o casal alega que a clínica e os três especialistas esconderam propositadamente que o médico embriologista que os acompanhou “tem um histórico de implantar embriões nos pacientes errados”. 

“[Este casal] é assombrado por questões sobre o paradeiro dos seus embriões. Preocupam-se se poderão ter sido implantados noutro casal e se poderão ter filhos biológicos que nunca conheceram”, lê-se nos documentos judiciais.