Um tribunal turco condenou esta segunda-feira o mecenas e ativista dos direitos cívicos Osman Kavala a prisão perpétua, sem recurso a liberdade condicional, considerando-o culpado de tentar derrubar o governo no âmbito dos protestos antigovernamentais de 2013.
O tribunal de Istambul também condenou outros sete arguidos a 18 anos de prisão cada um, segundo jornalistas de agências internacionais que acompanharam o julgamento.
Detido sem julgamento desde 2017, Osman Kavala denunciou recentemente perante um tribunal de Istambul “a influência dos políticos” e o “envolvimento” do Presidente Recep Tayyip Erdogan no seu caso.
Osman Kavala é acusado de espionagem
Kavala, 64 anos, é acusado de espionagem, financiamento das manifestações antigovernamentais de 2013 – o designado “Movimento Gezi” – e de envolvimento na conspiração que implicou a fracassada tentativa de golpe de Estado em julho de 2016.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos de Estrasburgo ordenou em 2019 à Turquia que o libertasse, o que não aconteceu, pelo que o Conselho da Europa iniciou em fevereiro um procedimento de infração contra o país.
O Ministério Público pedia prisão perpétua tanto para Kavala como para a arquiteta Mücella Yapici, e penas de até 20 anos para outros seis acusados.
