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Direito ao aborto nos EUA: “Porque haveria uma mulher no Texas ter direitos diferentes aos de uma mulher no Minnesota?”

Mais de metade dos Estados podem proibir ou restringir fortemente aborto.

Direito ao aborto nos EUA: “Porque haveria uma mulher no Texas ter direitos diferentes aos de uma mulher no Minnesota?”

Os Estados Unidos continuam a ser palco de vários protestos depois de conhecida a possibilidade de o Supremo Tribunal de Justiça revogar uma lei com quase 50 anos que permite o aborto. 

Caso se confirme, mais de metade dos Estados norte-americanos podem proibir ou restringir fortemente a interrupção involuntária da gravidez. A decisão deve ser conhecida no final de junho.

Casa Branca adverte para eventualidade de proibição do aborto nos EUA

O governo dos EUA advertiu na segunda-feira para a possibilidade de uma proibição do aborto a nível nacional se for revertida a proteção jurídica a este direito, como parece indicar uma recente fuga de informação do Supremo Tribunal.

“Acreditamos de há um risco sério”, explicou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, durante a sua conferência de imprensa diária, em resposta a uma pergunta sobre as declarações do líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, que aludiu a essa possibilidade durante uma entrevista ao USA Today.

Mas a preocupação do governo de Joe Biden vai além das possíveis restrições ao direito ao aborto.

Governador do Estado do Mississipi admitiu proibir alguns tipos de anticoncetivos

Psaki recordou que o governador do Estado do Mississipi, o republicano Tate Reeves, admitiu recentemente proibir alguns tipos de anticoncetivos se finalmente o Supremo Tribunal revogar a famosa sentença do caso designado “Roe contra Wade”, de 1973, que durante décadas protegeu o direito ao aborto a nível federal.

O Mississipi é um dos 13 Estados republicanos que já têm leis preparadas para entrar em vigor no caso de o Supremo desproteger o aborto.

O Estado vetaria todos os abortos salvo se tivesse havido violação ou se a vida da mãe estivesse em perigo.

Em outro desses Estados, o Luisiana, os legisladores republicanos propuseram uma lei que qualifica o aborto como “homicídio”, o que permitiria às autoridades locais acusar legalmente as mulheres que interrompessem a gravidez.

Apesar de a porta-voz presidenciais não tenha querido antecipar cenários, aludiu à resposta do governo ao veto ao aborto a partir das seis semanas de gestação no Estado do Texas, como possível exemplo do que fará o governo de Biden se o Supremo revogar “Roe contra Wade”.

Psaki recordou que o governo criou bolsas dedicadas a expandir os serviços de planificação familiar e o aceso a contracetivos, acrescentando que o Departamento de Justiça se tinha comprometido a apoiar o direito à saúde reprodutiva das mulheres.

Com Lusa