A China avisou hoje a Austrália que enfrentará “graves consequências”, caso não pare com as suas “provocações”, referindo-se à recente passagem de um avião da Força Aérea australiana no Mar do Sul da China.
O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, disse hoje que, em 26 de maio, um avião do modelo P-8 Poseidon se aproximou das disputadas Ilhas Paracel (Xisha, em chinês), que Pequim reivindica como suas.
Os militares chineses, depois de “identificar e verificar” o avião australiano, emitiram alertas e pediram que deixasse a área, segundo Tan.
“A aeronave ameaçou com gravidade a soberania e a segurança da China”, disse o porta-voz, acrescentando que a resposta militar chinesa foi “profissional, segura, razoável e legal”.
As Ilhas Paracel estão situadas no Mar do Sul da China, com enclaves reivindicados pelas Filipinas, Vietname, Malásia, Taiwan e Brunei.
Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China.
Este mar estratégico, por onde circula 30% do comércio mundial, também abriga depósitos de petróleo e gás.
O Departamento de Defesa da Austrália disse, em comunicado publicado no último domingo, que o seu avião sobrevoava o mar mencionado e que foi intercetado por um caça chinês J-16, numa “manobra perigosa”.
No entanto, a versão australiana não menciona se o seu avião passou especificamente pelas Paracel.
Segundo as autoridades australianas, os seus voos de vigilância marítima “são feitos de acordo com o direito internacional e exercem o direito à livre navegação e voo em águas e espaço aéreo internacionais”.
As relações entre a Austrália e a China deterioraram-se significativamente nos últimos anos. O aumento das tensões levou Pequim a impor taxas alfandegárias punitivas sobre vários bens importados da Austrália.