As autoridades brasileiras lançaram na quarta-feira uma operação contra um grupo especializado na venda online de drogas utilizadas para induzir abortos, segundo fontes oficiais.
Os agentes do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo cumpriram 27 mandados de busca em várias cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Segundo as investigações, os suspeitos utilizaram redes sociais para oferecer ilegalmente as drogas e também forneceram "apoio remoto e tutoriais para a prática do aborto", de acordo com uma nota do Ministério Público de São Paulo.
Estes tipos de drogas indutoras de aborto são rigorosamente controlados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a mais alta autoridade sanitária do Brasil.
No Brasil, o aborto só é atualmente permitido em casos de risco para a mãe, violação ou fetos com anencefalia.
Existem projetos de lei no parlamento tanto para descriminalizar o aborto como para restringir ainda mais os casos em que ele é permitido.
No mês passado, surgiu uma controvérsia no país depois de uma juíza ter impedido uma vítima de violação de 11 anos de fazer um aborto, embora estivesse protegida por lei.
A juíza também ordenou que a rapariga fosse colocada num lar de acolhimento para a impedir de fazer um aborto, embora no final, após pressão do Ministério Público, ela tenha conseguido interromper a sua gravidez.
