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Poupar a bateria do telemóvel? Há três coisas que pode estar a fazer e não precisa

Há três hábitos que muitos utilizadores têm que, afinal, não servem para poupar bateria.

Poupar a bateria do telemóvel? Há três coisas que pode estar a fazer e não precisa
Priscila Zambotto

Já alguma vez ouviu dizer para não deixar o telemóvel a carregar a noite inteira? Ou que desligar o Wi-Fi e o Bluetooth poupam bateria? Estes são apenas dois exemplos de hábitos ou mitos em relação ao mundo dos smartphones que desconstruímos neste artigo.

A criação de um telefone pessoal e portátil veio revolucionar o mundo e, com ele, adotaram-se hábitos que, hoje em dia, face à evolução da tecnologia, já não fazem sentido ou que se baseiam apenas em mitos.

Mito 1: carregar o telemóvel durante a noite é prejudicial à bateria

É daquelas pessoas que costuma carregar o telemóvel durante a noite toda ou retira-o da carga sempre que atinge os 100%? Se se insere na segunda categoria, saiba que, hoje em dia, os smartphones e telemóveis têm sistemas que impedem a degradação da bateria, mesmo que deixe o telemóvel a noite toda a carregar.

Hoje em dia, na maioria dos telemóveis, o que acontece é que quando a bateria atinge os 100% de carga, qualquer entrada de energia adicional é barrada pelo sistema.

“Os efeitos negativos de um carregamento em excesso são insignificantes. Para além disso, os telemóveis não continuam a carregar quando chegam aos 100%. Param e quando a percentagem de bateria desce abaixo dos 100%, voltam a carregar”, explicou Santiago Izquierdo, diretor de produto da Samsung Electronics Iberia, ao El País.

“É muito difícil estragar uma bateria moderna por carregar o telemóvel de forma ‘incorreta’”, acrescenta Javier Sánchez-Romero, CEO de uma empresa responsável por reparações de telemóveis.

Por isso, não se preocupe quando for hora de ir dormir e precisar de carregar o telemóvel. Pode deixá-lo a carregar a noite inteira e desligá-lo apenas de manhã, quando acordar, que não vai estar a prejudicar a longevidade da bateria.

Mito 2: fechar aplicações para melhorar a rapidez do telemóvel e poupar bateria

Se costuma fechar as aplicações que tem abertas e não está a utilizar na expectativa de que isso melhore a rapidez do dispositivo ou poupe bateria, saiba que os smartphones modernos são, à semelhança do que o nome indica, inteligentes.

Na realidade, eles sabem que não está a usar aquelas aplicações e, por isso, colocam-nas em segundo plano quase como se estivessem a “dormir” até serem abertas de novo pelo utilizador.

Este mecanismo acaba até por tornar mais rápido o processo de voltar a aceder às aplicações. Uma vez que já as tinha aberto anteriormente, o smartphone não precisa de tantos recursos para as voltar a abrir.

“Não é preciso fechar as aplicações depois de as usar. O facto de ficarem abertas permite que da próxima vez que forem usadas o processo seja mais rápido”, explicou Santiago Izquierdo.

Mito 3: desligar o Wi-Fi e o Bluetooth para poupar a bateria

Se não estiver a utilizar o Wi-Fi e precisar de poupar bateria, deve desligá-lo. Mas para o uso no dia-a-dia, há várias situações em que é mais vantajoso para a bateria deixar o Wi-Fi ligado.

É o caso dos dados móveis - 3G, 4G ou 5G. A nível de bateria, é sempre preferível utilizar Wi-Fi, já que estas redes móveis consomem mais carga.

Para além disso, muitos telemóveis modernos utilizam o Wi-Fi para determinar a localização do utilizador em vez do GPS. Se tiver o Wi-Fi desligado, o telemóvel vai gastar mais bateria com uma aplicação que utilize o serviço de localização do que se tivesse o Wi-Fi ligado, explicou ao El País o especialista Fran Besora.

O mesmo acontece com as versões mais recentes de Bluetooth. Testes mostram que não há diferença no consumo de bateria esteja ligado ou desligado. Isto não se aplica se estiver a usar ativamente a ligação por Bluetooth para, por exemplo, transmitir música para uma coluna portátil, aí gastará mais bateria. Mas, quando terminar, não precisa de desligar o Bluetooth no seu telemóvel.