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Ex-primeiro-ministro japonês baleado durante ação de campanha

Shinzo Abe está em estado crítico no hospital

Ex-primeiro-ministro japonês baleado durante ação de campanha

O ex-primeiro ministro do Japão está em estado crítico, depois de ter sido atingido a tiro, esta sexta-feira, durante uma ação de campanha, em Nara, no Japão.

De acordo com a emissora pública nipónica NHK, Shinzo Abe foi levado sem sinais de vida para o hospital.

Shinzo Abe estava a discursar a propósito das eleições de domingo para o Parlamento, quando terá sido baleado pelas costas.

KYODO

Testemunhas ouvidas no local do ataque dão conta que, após o som de um disparo, o ex-primeiro-ministro agarrou-se ao peito e caiu, imediatamente, no chão inconsciente.

O principal suspeito do ataque já foi detido. Foi também apreendida a arma usada.

O suspeito é um desempregado de 41 anos e ex-membro da força naval do país, anunciou a polícia japonesa. Segundo fontes do Ministério da Defesa japonês, Yamagami Tetsuya, originário de Nara, trabalhou no ramo naval das Forças de Auto-defesa durante três anos, até 2005.

As autoridades estão a encarar o incidente como uma tentativa de homicídio.

Shinzo Abe foi primeiro-ministro do Japão de 2012 a 2020. Renunciou ao cargo devido a um problema de saúde.

Governo japonês condena ataque

O Governo japonês já condenou o ataque e adiantou que ainda está a recolher informações sobre o estado de saúde do antigo primeiro-ministro. O atual primeiro-ministro, Fumio Kishida, disse que este é um "ato imperdoável".

"Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar", disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cancelou a agenda eleitoral e está a caminho de Tóquio.

A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que espera que Abe esteja vivo e que "não perdoa o terrorismo político", enquanto o ministro da defesa no tempo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que "o terrorismo e a violência não devem ser perdoados".

"Estamos tristes e chocados com o ataque ao antigo primeiro-ministro. Abe foi um líder notável para o Japão e um aliado inabalável dos Estados Unidos", disse o embaixador dos EUA em Tóquio, Rahm Emanuel.

UE, EUA e Índia também condenam ataque

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse estar "chocado e triste com o ataque cobarde".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, manifestou-se "triste e consternado" com o ataque "desprezível".

"Profundamente perturbado pelo ataque ao meu querido amigo Abe", reagiu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. "Os nossos pensamentos e orações estão com ele, com a sua família e o povo japonês", acrescentou.