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Funeral de José Eduardo dos Santos: Tchizé nega ter conhecimento de carta assinada com o seu nome

A filha do ex-Presidente de Angola diz que, se a carta for verdadeira, os irmãos estão a trair a memória e honra do pai.

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Tchizé dos Santos demarca-se da carta assinada pelos filhos mais velhos de José Eduardo dos Santos, que se comprometem a colaborar com a realização do funeral em Angola, após as eleições de 24 de Agosto. A filha do ex-Presidente angolano diz que recusa qualquer amnistia que ponha fim aos processos judiciais em curso, tal como sugere a carta.

Se a carta for verdadeira, os irmãos estarão a trair a memória e a honra do pai, afirma Tchizé dos Santos. Garante nada saber sobre o documento que foi assinado por Isabel, Zenu, Joess e Coréon Dú, onde – curiosamente – aparece o nome da própria Tchizé.

Contactada pela SIC, a agência de comunicação LPM, que representa Isabel dos Santos, não deu resposta ao desmentido de Tchizé, nem sequer se esta carta enviada à Agência Lusa e à SIC. Seguiu também para o Governo de João Lourenço.

Nela, os filhos mais velhos do ex-Presidente de Angola, depois de um longo braço de ferro com o Governo, comprometem-se a colaborar com a exéquias em Luanda após as eleições de 26 de agosto.

"Nós, a família, junto das instituições e do Presidente eleito, colaboraremos na união da Nação e, a organizar com tempo necessário as condições para homenagem e o funeral nacional do Pai da Nação"

Na mesma carta, os filhos exigem um mausoléu para acolher os restos mortais e terão ainda defendido uma amnistia geral que ponha fim a todos os processos judiciais em curso. Pelo contrário, Tchizé diz que não precisa de qualquer tipo de perdão.

O Governo de João Lourenço ainda não se mostrou disponível para aceitar as condições impostas e afirmou mesmo que não aceitará chantagens - venham de onde vierem.

Tchizé promete lutar até ao fim pela honra do pai. Acusa o Governo de Angola de querer usar os filhos de José Eduardo dos Santos como “bode expiatório”. A ex-deputada do MPLA, expulsa do partido, mantém que aceita o funeral em Angola, mas só depois de o Governo de João Lourenço cair.