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Mario Draghi ganha moção de confiança, mas incerteza mantém-se em Itália

Primeiro-ministro italiano apresentou a demissão, na semana passada, mas pedido foi rejeitado pelo Presidente Sergio Mattarella, remetendo o assunto para o Parlamento.

Mario Draghi ganha moção de confiança, mas incerteza mantém-se em Itália
FABIO FRUSTACI

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, ganhou a moção de confiança, esta quarta-feira, no Parlamento. No entanto, a incerteza mantém-se em Itália.

A moção, votada esta quarta-feira ao final da tarde, foi aprovada com 95 votos a favor e 38 contra.

A correspondente da SIC em Itália, Cláudia Garcia, informa que Draghi já não tem a maioria absoluta para continuar a liderar o Governo. Isto porque, não teve o apoio nem da Direita, nem movimento 5 Estrelas (Cinque Stelle), que pertence ao atual Governo .

Os partidos Força Itália e Liga, que integram a coligação de Governo italiana, rejeitaram apoiar no Senado a moção de confiança no primeiro-ministro italiano, tal como já havia anunciado o Movimento Cinco Estrelas (M5S).

Invocando indisponibilidade para continuar na coligação governamental juntamente com o M5S, os partidos Força Itália (centro-direita), de Silvio Berlusconi, e Liga (extrema-direita), de Matteo Salvini, afirmaram que não votarão no Senado (câmara alta do Parlamento) a moção de confiança em Draghi, abrindo caminho à queda do executivo.

Demissão de Draghi

Mario Draghi apresentou a demissão durante uma crise política desencadeada pela recusa do Movimento Cinco Estrelas (M5E, antissistema), que faz parte da coligação de Governo, em participar num voto de confiança ao Executivo.

O pedido de demissão foi rejeitado pelo Presidente de Itália, Sergio Mattarella, que remeteu o assunto para o Parlamento.

Já esta quarta-feira, afastou a possibilidade de demissão, pedindo aos partidos da sua coligação que "reconstruam o pacto de confiança" para salvar o Governo.

Segundo garantiu, Draghi ficou comovido pelos apelos espontâneos de italianos comuns, feitos nos últimos dias, na sequência da saída do Movimento 5 Estrelas da coligação governamental, na semana passada, e nomeou, em particular as petições de presidentes da câmara e de médicos italianos, a quem chamou os "heróis da pandemia".