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EUA e Japão condenam execuções de líderes pró-democracia em Myanmar

EUA e Japão condenam execuções de líderes pró-democracia em Myanmar
NurPhoto

Governo japonês descreveu como deploráveis as execuções dos quatro prisioneiros.

Os Estados Unidos (EUA) e o Japão condenaram esta segunda-feira a execução de quatro pessoas em Myanmar (antiga Birmânia), entre elas dois políticos da oposição à junta militar no poder.

“Condenamos a execução levada a cabo pelo regime militar contra líderes pró-democracia e funcionários eleitos apenas por exercerem as suas liberdades fundamentais”, escreveu a embaixada dos EUA em Rangum horas depois dos meios de comunicação estatais terem noticiado as execuções num país que não aplicava a pena de morte há mais de 30 anos.

Da mesma forma, o Governo japonês descreveu como deploráveis as execuções dos quatro prisioneiros e apelou à junta militar para que adote uma “resolução pacífica da situação”.

“O Japão deplora seriamente estas ações, uma vez que são completamente contrárias à libertação dos detidos, que temos constantemente exigido, e conduzem a um conflito mais profundo”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi.

Entre os executados incluem-se a antiga deputada Phyo Zeyar Thaw, da Liga Nacional para a Democracia, e o ativista Ko Jimmy, condenado em janeiro por acusações de terrorismo na sequência de atividades contra a junta.

Os outros dois são Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw, acusados de matar uma mulher por, alegadamente, ser uma informadora dos militares.

O regime militar, que assumiu o controlo do país num golpe de Estado a 1 de fevereiro de 2021, anunciou no início de junho que iria retomar a pena capital.

A iniciativa foi condenada por vários países, incluindo França, Estados Unidos e Canadá, bem como as Nações Unidas e centenas de organizações não-governamentais locais e internacionais.

A última execução na Birmânia teve lugar em 1988, sob a anterior junta militar que governou o país entre 1962 e 2011, de acordo com a Amnistia Internacional.

Desde a revolta militar, 113 pessoas foram condenadas à morte num país que não tinha revogada a pena, mas onde os condenados viam as suas sentenças trocadas por tempo em prisão na sequência dos perdões tradicionais concedidos pelas autoridades em datas especiais.

O golpe mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica, e desencadeou uma espiral de violência com novas milícias civis.

Mais de dois mil civis foram mortos em resultado de uma repressão brutal por parte da polícia e dos soldados, que dispararam sobre manifestantes pacíficos e desarmados, de acordo com dados compilados pela Associação para a Assistência aos Prisioneiros Políticos.

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