Vários caças chineses atravessaram o estreito de Taiwan, anunciou a televisão da China, num momento em que o avião que transporta a líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, estava prestes a aterrar em Taipé, apesar das ameaças chinesas.
Sirenes de defesa foram acionadas na região de Fujian, na China, momentos após a entrada de avião de Pelosi no espaço aéreo de Taiwan, acrescentava a televisão.
Uma informação, entretanto, desmentida pelo ministro da Defesa de Taiwan. "É falso", afirmou o ministro, garantindo, em comunicado, ter total conhecimento das atividades perto de Taiwan e que enviaria forças em reação a "ameaças inimigas".
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos começou a viagem oficial à Ásia na segunda-feira. Após muita especulação em torno da visita de Nancy Pelosi a Taiwan, sabe-se agora que já chegou à ilha após dias de tensão entre Pequim e Washington. A China considera isto uma afronta e ameaçou inclusive os EUA várias vezes.
AS AMEAÇAS DE PEQUIM
Pequim considera Taiwan, ilha democrática autónoma, como território chinês. Por isso, opõe-se a qualquer contacto entre Taipé e Washington e considera que qualquer intervenção "colocará em causa a soberania da China".
Quando foi anunciada uma possível viagem da segunda figura do Estado, os peritos acreditavam na altura que seria improvável que a China utilize a força para impedir a aterragem do avião dos EUA com Pelosi a bordo. Poré, as recentes declarações de Pequim provam o contrário. O Presidente Biden veio a público afirmar que a visita da líder do Congresso a Taiwan não seria boa ideia.
O Presidente Biden foi avisado pelo Presidente chinês para "não brincar com o fogo" em relação a Taiwan dias antes da viagem de Pelosi à Ásia.
"Aqueles que brincam com o fogo acabam por se queimar", disse o chefe de Estado chinês ao homólogo norte-americano no dia 28 de julho, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua (Nova China).