Mundo

Nagorno-Karabakh: Rússia acusa Azerbaijão de violação do cessar-fogo

Nagorno-Karabakh: Rússia acusa Azerbaijão de violação do cessar-fogo

Em paralelo, a União Europeia pediu o "fim imediato" das hostilidades.

A Rússia acusou esta quarta-feira o Azerbaijão de ter violado o cessar-fogo no disputado enclave do Nagorno-Karabakh, acrescentando que os seus soldados de manutenção da paz deslocados na região procuravam "estabilizar" a situação.

Em paralelo, a União Europeia (UE) pediu o "fim imediato" das hostilidades, apelando às duas partes que regressem "à mesa das negociações" para encontrar soluções de consenso.

Na zona de Saribaba, o regime de cessar-fogo foi violado pelas Forças armadas do Azerbaijão (...) o comando russo das forças de manutenção da paz, com representantes do Azerbaijão e da Arménia, estão a tomar medidas para estabilizar a situação

Em Bruxelas, Peter Stano, porta-voz do chefe da diplomacia europeia Josep Borrell considerou essencial "recuperar e respeitar plenamente o cessar-fogo e regressar à mesa das negociações para procurar soluções negociadas".

O texto acrescenta que a União Europeia "permanece determinada em ajudar a ultrapassar as tensões e prosseguir o seu compromisso em favor de uma paz e de uma estabilidade duráveis no Cáucaso do Sul".

O Azerbaijão reivindicou esta quarta-feira ter assumido o controlo de diversas posições e destruído alvos arménios no Nagorno-Karabakh, numa nova escalada que provocou três mortos neste enclave montanhoso do Cáucaso do sul e reacendeu os riscos de guerra.

"O controlo foi garantido em diversas zonas importantes", incluindo colinas, declarou o Ministério da Defesa azeri num comunicado, acrescentando que as suas forças estavam em vias de fortificar essas posições.

Os incidentes arriscam-se a comprometer as conversações de paz, com mediação da União Europeia (UE), que decorrem há vários meses entre o Azerbaijão e a Arménia, duas ex-repúblicas soviéticas rivais do Cáucaso.

O Nagorno-Karabakh, uma região em território azeri, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), declarou a independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990, que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência dessa guerra, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e Estados Unidos), constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas continuaram a ser frequentes, e implicaram importantes confrontos em 2018.