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Irão exige garantias para aceitar texto final do acordo nuclear

Irão exige garantias para aceitar texto final do acordo nuclear
Majid Asgaripour

Teerão quer "garantias" de que os EUA não vão pôr em causa o acordo e os processos pendentes com a Agência Internacional da Energia Atómica.

O Irão está disposto a aceitar o texto final redigido nas negociações de Viena para salvar o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano se este incluir determinadas garantias, indicou esta sexta-feira a agência oficial Irna.

Esta declaração surge no momento em que as grandes potências aguardam uma resposta de Teerão a uma proposta de acordo apresentada a 26 de julho pelo chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

"As propostas da União Europeia são aceitáveis desde que forneçam garantias ao Irão em vários pontos", noticiou a Irna, citando um diplomata iraniano, cujo nome não revelou.

E referindo-se às "sanções" internacionais, precisou que Teerão necessita de "garantias" de que os Estados Unidos não vão pôr em causa o acordo e os processos pendentes com a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA).

Após vários meses de impasse, os diplomatas de todas as partes no acordo (Irão, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) regressaram a 4 de agosto à capital austríaca para mais uma tentativa de salvar, sob a égide da UE, o acordo concluído em 2015.

O pacto destina-se a assegurar que o programa nuclear iraniano se destina apenas a usos civis, depois de o Irão ter sido acusado de tentar desenvolver armas atómicas, apesar dos seus desmentidos.

Mas após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a Presidência de Donald Trump, e da reimposição das sanções norte-americanas ao Irão, Teerão afastou-se gradualmente do cumprimento das obrigações consagradas no texto.

O objetivo das negociações, nas quais os Estados Unidos participaram de forma indireta, é voltar a pôr o processo no caminho certo.

Na terça-feira, o porta-voz de Borrell instou Teerão e Washington a tomarem "uma decisão rápida" sobre o compromisso final elaborado em Viena, indicando tratar-se de uma proposta de "pegar ou largar".

Persiste um grande obstáculo: o Irão exige à AIEA o encerramento da questão das instalações não-declaradas, onde foram identificados vestígios de urânio enriquecido.

No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir-Abdollahian apelou à AIEA para resolver "totalmente" esse assunto "por meios técnicos" e abandonar "questões políticas não-pertinentes".

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