O chefe da Agência Nacional de Polícia do Japão anunciou esta quinta-feira a sua demissão, para assumir responsabilidades no caso do assassínio do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, a 8 de julho.
A anúncio de Itaru Nakamura surge após a agência divulgar um relatório no qual assume que falhou na proteção do antigo líder japonês, quando foi assassinado junto à estação ferroviária de Nara, no oeste do Japão.
O relatório policial confirmou os “buracos” na proteção de Abe, o que permitiu ao atacante atingi-lo por trás.
Nakamura disse que levou a morte do antigo primeiro-ministro “muito a sério” e que, por isso, apresentou a sua demissão à Agência Nacional da Polícia, esta quinta-feira.
“Para que isto nunca mais volte a acontecer, precisamos de um novo sistema”, admitiu em conferência de imprensa.
O chefe da polícia não adiantou, no entanto, quando é que a demissão se tornaria oficial, mas os media japoneses avançam que deverá ser aprovada este sexta-feira.
Atirador foi detido logo após o ataque
O alegado atirador, Tetsuya Yamagami, de 41 anos, foi detido imediatamente depois do tiroteio e está sob interrogatório, enquanto os procuradores decidem se avançam com a queixa de homicídio.
Segundo a polícia, o suspeito confessou aos investigadores ter matado Abe devido a rumores que associavam o antigo primeiro-ministro a uma “organização religiosa” que, segundo os meios de comunicação social, corresponde à Igreja da Unificação.
O suspeito, cuja mãe levou a família à falência doando cerca de 100 milhões de ienes (715 mil de euros) ao grupo religioso, pretendia vingar-se da organização.