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Tragédia na Indonésia: comissão admite indícios de abusos da polícia

O uso de gás lacrimogéneo é proibido pela FIFA e foi uma das principais violações a ser investigadas.

Tragédia na Indonésia: comissão admite indícios de abusos da polícia
H. PRABOWO

A Comissão Nacional de Direitos Humanos da Indonésia anunciou hoje que existem indícios de abusos das forças policiais na tragédia que causou mais de 130 mortos e centenas de feridos num estádio de futebol, em Malang.

Na conferência de imprensa, um responsável da comissão referiu que o gás lacrimogéneo lançado para tentar conter os adeptos foi uma das principais causas da morte.

"A queda de muitas vítimas foi provocada pelo lançamento de gás lacrimogéneo, sobretudo na zona das bancadas", afirmou Choirul Anam, indicando que o relatório final da comissão será entregue na próxima semana.

O uso de gás lacrimogéneo, proibido pela FIFA, é uma das principais violações a ser investigadas, pois causou a debandada de pessoas num estádio sem as vias de escoamento adequadas.

Segundo a polícia de Malang, muitas vítimas morreram por asfixia e fraturas ao tentarem fugir por algumas portas de cerca de um metro e meio, insuficiência que provocou grande aglomeração de pessoas e fatal para muitos adeptos.

As falhas de segurança no estádio, apontadas em 2020 e que ainda não foram resolvidas, também são um dos motivos para explicar a mortandade.

Na semana passada, o presidente da Indonésia, pressionado interna e externamente, ordenou uma "auditoria exaustiva" a todos os estádios do país com o objetivo de melhorar a segurança nesses recintos.