Foi condenado a prisão perpétua o autor do tiroteio na escola secundária de Parkland, na Florida, em 2018. Nikolas Cruz escapou à pena de morte porque o júri rejeitou a sentença que era pedida pela acusação.
Nikolas Cruz, de 24 anos, não demonstrou nenhuma reação à leitura do veredito.
Os familiares das vítimas receberam a notícia com rostos sérios, alguns em lágrimas, sendo que podem vir a ser ouvidos em audiência a 1 de novembro, durante a qual o magistrado deve endossar formalmente a sentença de prisão perpétua.
O tiroteio em Parkland
A 14 de fevereiro de 2018, Nikolas Cruz, então com 17 anos, abriu fogo na Marjory Stoneman Douglas High School, da qual havia sido expulso um ano antes.
Em menos de 10 minutos, matou 14 estudantes e três adultos e feriu outros 17.
Em outubro de 2021, declarou-se culpado de assassinato e tentativa de assassinato.
Durante os três meses em que decorreu o julgamento, o Ministério Público norte-americano levou os jurados "de volta ao horror, transmitindo vários vídeos e levando-os ao local da tragédia", insistindo também na natureza premeditada do "banho de sangue", contado num vídeo gravado por Nikolas Cruz antes da ação:
"Que o meu massacre comece hoje. Que todas as crianças assustadas corram para se esconder", disse.
Nicolas Cruz nasceu com síndrome alcoólica fetal, filho de uma mãe alcoólica e viciada em drogas, crescendo depois num "lar violento com uma mãe adotiva deprimida", apontou o seu advogado, pedindo aos jurados que não cedessem à sede de " vingança".
O ataque de Parkland chocou a opinião pública americana e desencadeou um movimento nacional de protesto anti-armas de proporções históricas.
Apesar de seu histórico psiquiátrico e relatos da sua perigosidade, Nikolas Cruz conseguiu comprar legalmente um fuzil AR-15, uma arma semiautomática.