Pelo menos oito pessoas morreram e 18 ficaram feridas na sequência de uma explosão ocorrida hoje numa prisão em Insein, Rangum, a maior de Myanmar e onde se encontra a grande parte dos presos políticos do regime militar vigente.
A explosão foi registada às 09:40 (06:30 em Lisboa), perto de uma dependência onde o pessoal da cadeia recolhe as encomendas com comida e outros bens enviados aos reclusos pelos familiares.
De acordo com um comunicado da junta militar, a sala onde ocorreu a detonação fica próxima da entrada principal do estabelecimento prisional, tratando-se de um ataque terrorista.
"O terrorista colocou a bomba dentro de uma das encomendas e provocou a explosão", refere o documento acrescentando que durante a evacuação do edifício foi encontrada "outra bomba dentro de um outro pacote e que foi desativada".
Na sequência da explosão morreram três trabalhadores da prisão e cinco civis. A maior parte dos 18 feridos são civis, excetuando cinco que são funcionários do estabelecimento prisional. As imagens do local mostram manchas de sangue e vidros partidos.
De acordo com o jornal independente birmanês Myanmar Now foram ouvidos disparos de armas de fogo após a explosão. Os disparos foram feitos pelos guardas que se encontravam numa torre de vigilância e provocaram a fuga dos visitantes que se encontravam na entrada do edifício. Outro testemunho, recolhido pela mesma publicação, indica que os guardas dispararam "de forma indiscriminada" contra a "população" e que as balas atingiram várias pessoas.
No comunicado oficial, a Junta Militar não refere os disparos de armas de fogo. As autoridades encerraram o estabelecimento prisional aos visitantes dos presos.
Segundo a imprensa local, o "ataque" não foi reclamado sendo que a Junta Militar anunciou que vai "tomar medidas contra os terroristas, de acordo com a lei".