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China condena visita a Taiwan de secretário de Estado britânico

Secretário de Estado para o comércio externo do Reino Unido, Greg Hands.
Secretário de Estado para o comércio externo do Reino Unido, Greg Hands.
Anthony Devlin

Greg Hands vai reunir com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e com o vice-primeiro-ministro Shen Jong-chin, e outros altos funcionários do governo local.

A China condenou esta segunda-feira a visita a Taiwan do secretário de Estado para o comércio externo do Reino Unido, Greg Hands, o mais recente funcionário estrangeiro a desafiar os avisos de Pequim sobre contactos com o território.

A China reivindica Taiwan como uma província sua, que ameaça anexar à força, e tem procurado isolar Taipé diplomaticamente, exigindo que os governos com os quais mantém relações formais respeitem o princípio 'Uma só China'.

O Reino Unido deve "respeitar seriamente a soberania da China, defender o princípio de 'Uma só China', interromper qualquer forma de contacto oficial com Taiwan e parar de enviar sinais errados às forças separatistas e independentistas de Taiwan", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China Zhao Lijian, em conferência de imprensa.

O político do Partido Conservador é o primeiro representante do Governo do Reino Unido a deslocar-se à ilha desde o início da pandemia.

Hands vai ser o co-anfitrião da 25ª edição do Diálogo Comercial entre o Reino Unido e Taiwan, durante a visita agendada para segunda e terça-feira. Este evento, que se realiza todos os anos desde 1991, foi organizado 'online', nos últimos dois anos, devido à pandemia da covid-19.

Durante a viagem de dois dias, Hands vai reunir com a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e com o vice-primeiro-ministro Shen Jong-chin, e outros altos funcionários do governo local.

A China impôs sanções e outras formas de retaliação contra autoridades e governos estrangeiros que mantêm contactos com as autoridades de Taiwan.

Taiwan tem laços diplomáticos formais com apenas 14 países e está excluído das Nações Unidas e de outras organizações multilaterais por insistência de Pequim.

No entanto, a sua próspera democracia, uma economia baseada em alta tecnologia e localização estratégica na Ásia-Pacífico, atraíram forte apoio, apesar das condenações e ameaças de Pequim.

Após a presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocar a Taiwan, em agosto passado -- a visita de mais alto nível realizada pelos Estados Unidos à ilha em 25 anos - Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real.

Durante quase uma semana, o Exército de Libertação Popular fez um bloqueio marítimo e aéreo de facto ao território.

Tais medidas parecem ter tido pouco efeito e as visitas de autoridades europeias e norte-americanas continuaram.

Zhao avisou as autoridades de Taiwan que "a sua tentativa de alcançar a independência com apoio estrangeiro está fadada ao fracasso".

Os laços estreitos de Pequim com Moscovo, após a invasão russa da Ucrânia, complicaram ainda mais a situação.

A Letónia e a Estónia deixaram um fórum apoiado pela China com o objetivo de impulsionar as relações com os países da Europa do Leste.

A China recusou-se a criticar a Rússia pelo ataque à Ucrânia e condenou as sanções económicas impostas a Moscovo pelo Ocidente.

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