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Governo de Rishi Sunak sofre primeira baixa

Governo de Rishi Sunak sofre primeira baixa
Francisco Seco

Em causa estão acusações de bullying.

O ministro britânico Gavin Williamson apresentou esta terça-feira a demissão na sequência de várias acusações de bullying.

Em causa estarão episódios de bullying que Gavin Williamson terá perpetrado sobre a responsável do comité de disciplina nomeada pelo Partido Conservador e sobre um funcionário com quem trabalhou enquanto ministro da Defesa de Theresa May, entre 2017 e 2019.

"Mensagens abusivas"

De acordo com a imprensa britânica, Gavin terá enviado “mensagens abusivas” a Wendy Morton - a responsável do comité de disciplina (o chamado “Chief Whip”) -, acusando-a de mostrar uma clara preferência política em relação a outros ministros do Governo da então primeira-ministra Liz Truss. Tudo porque não foi convidado para o funeral de Estado da Rainha Isabel II.

Nas mensagens, Gavin alegadamente acusava Wendy Morton de "manipular" a distribuição de convites para punir quem não apoiava Liz Truss.

Entretanto, um funcionário com quem Gavin trabalhou quando fazia parte do Governo de Theresa May revelou também mensagens que recebeu na altura, em que Gavin alegadamente o impelia a “cortar a garganta” ou a “saltar da janela”.

A carta de demissão

Na carta de demissão que divulgou no Twitter, Gavin Williamson informa que pediu desculpa “à recetora das mensagens”, sem nunca referir o nome de Wendy Morton, e que está a colaborar na investigação da queixa que esta apresentou.

Sobre a sua “conduta no passado”, diz "refutar as alegações”. No entanto, como estas se estavam a tornar uma “distração para o bom trabalho” que o Governo de Sunak está a fazer, decidiu afastar-se.

“Decidi afastar-me do Governo para que possa colaborar na totalidade com os processos que foram instaurados e de forma a limpar o meu nome”.

Gavin Williamson foi ele próprio “Chief Whip” entre 2016 e 2017, altura em que assumiu o cargo de ministro da Defesa de Theresa May, até maio de 2019, quando foi demitido por divulgar informações confidenciais.

Voltou a ser chamado por Boris Johnson para ministro da Educação, mas mais uma vez foi demitido devido às críticas pela forma como geriu a pasta durante a pandemia. Apesar disso, Rishi Sunak levou-o de volta para o Governo, onde desempenhava as funções de ministro, mas não tinha qualquer pasta atribuída.