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Durão Barroso faz balanço "muito positivo" dos 10 anos de Nobel de Paz da UE

Durão Barroso faz balanço "muito positivo" dos 10 anos de Nobel de Paz da UE
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O antigo presidente da Comissão Europeia considera que a União Europeia "tem sabido trabalhar para garantir a paz entre os seus membros".

Durão Barroso, o antigo presidente da Comissão Europeia, fez, em declarações à Lusa, um balanço "muito positivo" dos 10 anos de atribuição de Nobel da Paz à União Europeia, que tem sabido trabalhar "para garantir a paz".

O prémio Nobel da Paz foi atribuído à União Europeia (UE) em 10 de dezembro de 2012, pelo seu contributo para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos.

"Em primeiro lugar, queria dizer que foi para mim um momento inesquecível porque tive a honra, juntamente com o meu colega do Conselho Europeu de, em nome da União Europeia, aceitar o prémio Nobel da Paz e fazer o discurso de aceitação, nomeadamente invocando também a experiência portuguesa da democracia, que como a democracia e a paz estão ligadas e o facto de a União Europeia, desse ponto de vista, ter realizado o sonho dos seus fundadores", afirmou Durão Barroso.

Recordou que a Comunidade Europeia, quando nasceu nos anos 50, "foi precisamente para tornar impossível qualquer guerra entre os membros" do bloco.

"E hoje, embora tenhamos a tragédia da guerra na Ucrânia provocada pela invasão da Rússia naquele país, a verdade é que nunca houve até hoje nenhum conflito bélico entre os membros da Comunidade Europeia, que hoje em dia são 27 e já chegaram a ser 28 antes do chamado Brexit", prosseguiu.

Por isso, "o balanço que faço, obviamente, é muito positivo", sublinhou, referindo que a União Europeia "tem sabido trabalhar para garantir a paz entre os seus membros".

"E também espero que possa contribuir para projetar a paz para além das suas próprias fronteiras, as fronteiras da União Europeia", enfatizou.

Durão Barroso sustentou que a guerra a que se assiste atualmente na Europa "é precisamente provocada pelo facto de a Rússia, mais concretamente o seu Presidente, não aceitar que um país independente e soberano, que é a Ucrânia, se aproxime da União Europeia" e do do seu modo de vida e democracia.

"É preciso não esquecer que em 2014 - eu lembro-me bem porque ainda estava nessa altura na Comissão Europeia e tive a este respeito várias conversas muito difíceis com o senhor Putin - foi por causa da Ucrânia querer um acordo de associação com a União Europeia que se deu a anexação" da Crimeia pela Rússia através da força, disse.

Depois, "tivemos todo o conflito que agora levou à invasão da Ucrânia pela Rússia, porque Ucrânia quer fazer parte do sistema europeu", aliás, "até gostaria de ser membro da própria União Europeia", apontou o antigo presidente da Comissão Europeia.

O que estão em causa, e por isso também é importante a posição da União Europeia, são "valores essenciais": da democracia, da liberdade, do respeito do direito internacional, rematou.

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