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Atentado de Nice: penas entre os dois e 18 anos para envolvidos

Os juízes mantiveram a qualificação de associação criminosa terrorista contra dois dos oito arguidos.

Atentado de Nice: penas entre os dois e 18 anos para envolvidos
Luca Bruno

Os oito arguidos no julgamento relativo ao ataque de Nice, que provocou 86 mortos e mais de 400 feridos em 14 de julho de 2016, foram esta terça-feira condenados a penas entre os dois e 18 anos de prisão.

Os cinco magistrados do tribunal especial de Paris declararam culpados os oito arguidos, quer pessoas próximas do tunisino que conduziu um camião contra uma multidão, quer outros réus julgados por tráfico de armas. Os juízes mantiveram a qualificação de associação criminosa terrorista contra dois destes.

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Ramzi Arefa, de 28 anos, foi condenado a doze anos de prisão, por ter dado uma arma a Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o motorista do camião que atropelou a multidão.

Já Chokri Chafroud, tunisino de 43 anos, e Mohamed Ghraieb, franco-tunisino de 47 anos, foram condenados a 18 anos de prisão, as penas mais pesadas. Segundo a acusação, os dois sabiam que Bouhlel estava em posição de cometer um ataque.

Acusados de delitos relacionados com a legislação sobre armas, Artan Henaj, albanês de 44 anos, foi condenado a oito anos de prisão, depois de ter vendido a arma usada pelo condutor do camião, enquanto Maksim Celaj e Endri Elezi, albaneses de 30 anos, foram condenado a três anos de prisão. Os três também estão proibidos de entrarem em território francês.

A única mulher acusada, Enkeledja Zace, franco-albanesa de 48 anos, foi condenada a cinco anos de prisão, considerada culpada de ter servido como intérprete entre o seu ex-companheiro Artan Henaj e Ramzi Arefa durante a venda de uma pistola posteriormente dada a Mohamed Lahouaiej Bouhlel.

Julgado à revelia, Brahim Tritrou, tunisino de 37 anos, foi condenado a dois anos de prisão, considerado culpado de ter colocado em contacto Artan Henaj e Ramzi Arefa.

Este julgamento arrancou em setembro, seis anos depois do ataque, na sala originalmente construída para julgar o processo dos atentados do Bataclan, no Palácio de Justiça de Paris.

Cumpria-se o feriado Dia de França, celebrado a 14 de julho, em Nice sul, em 2016, com o afamado Passeio dos Ingleses cheio de famílias que vinham ver o fogo-de-artifício, quando um camião aparentemente descontrolado foi direito à multidão e atropelou indiscriminadamente quem estava nesta avenida, onde o trânsito estava cortado à circulação. O atentado foi reivindicado pelo Daesh.

O autor do ataque conduziu um camião pelo meio de uma multidão, provocando a morte de 86 pessoas e deixando mais de 400 feridas, antes de ser morto a tiro pela polícia.

Este foi um atentado que marcou particularmente os franceses, já que foram mortas cerca de 15 crianças e adolescentes.