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Tribunal bielorrusso começa a julgar trabalhadores de portal independente de notícias

Tribunal bielorrusso começa a julgar trabalhadores de portal independente de notícias
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O portal informativo Tut.by cobriu os protestos que levaram à prisão milhares de pessoas nas ruas de Minsk e outras cidades do país.

O processo judicial contra os trabalhadores do portal de notícias Tut.by, principal órgão independente da Bielorrússia, chefiado pela jornalista Marina Zolotova, começou esta segunda-feira em Minsk à porta fechada.

De acordo com a organização de defesa de direitos humanos bielorrussa Viasna, este processo enquadra-se na vaga repressiva em curso na Bielorrússia e que começou com o movimento de contestação em 2020 contra a polémica reeleição do presidente Alexandr Loukachenko.

O portal informativo Tut.by cobriu os protestos que levaram à prisão milhares de pessoas nas ruas de Minsk e outras cidades do país.

A chefe de redação Marina Zolotova e a antiga diretora geral do portal, Lioudmila Tchekina, além de outras três trabalhadoras - as jornalistas Olga Loiko e Elena Tolkatchiova e a advogada da publicação Ekaterina Tkatchenko - são acusadas, entre outros crimes, de evasão fiscal e de incitação ao que foi considerado "ódio social".

De acordo com uma fotografia da sala da audiência captada esta segunda-feira e divulgada pela líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia, apenas Marina Zolotova e Lioudmila Tchekina, presas desde 2021, estão presentes na audiência.

As restantes arguidas abandonaram a Bielorrússia.

"Devemos apoiar todos os jornalistas que se batem pela verdade", escreveu Tikhanovskaia na rede social Twitter.

Portal está bloqueado desde 2021

O portal digital Tut.by foi qualificado pelo regime como extremista e está bloqueado desde 2021.

Muitos dos jornalistas do Tut.by que estão atualmente exilados no estrangeiro criaram o portal de notícias Zerkalo.

"O processo contra o Tut.by foi forjado e só surgiu porque o regime tem medo dos jornalistas", considera a publicação digital Zerkalo num comunicado.

Após a contestação de 2020, o regime de Minsk reprimiu todas as vozes críticas do país recorrendo à prisão e forçando os membros da oposição ao exílio.

De acordo com a Viasna, estão atualmente presos 1.400 opositores ao regime na Bielorrússia.

Prémio Nobel da Paz pode vir a ser condenado a 12 anos de prisão

Na semana passada, começou a ser julgado Ales Bialiatski, ativista democrata bielorrusso co-distinguido com o Prémio Nobel da Paz, fundador do Viasna e que se encontra preso em Minsk.

Bialiatski pode vir a ser condenado a 12 anos de prisão.

No próximo dia 17 de janeiro deverá começar o julgamentos ('in absentia') de Tikhanovskaia, 40 anos, e que enfrenta várias acusações, entre quais "alta traição, conspiração para a tomada do poder de forma inconstitucional e a criação de uma organização extremista".

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