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"Não restam mais ativistas": Alemanha esvazia localidade para explorar mina de carvão

"Não restam mais ativistas": Alemanha esvazia localidade para explorar mina de carvão
Michael Probst

Ao todo, quase 300 ativistas foram retirados de Lützerath durante a operação.

A polícia alemã deu por concluída a operação de despejo da localidade de Lützerath para aumentar a exploração de uma mina de carvão a céu aberto, depois de forte resistência de ativistas ambientais.

Andreas Müller, porta-voz da polícia de Aachen, confirmou que a operação policial de despejo em Lützerath foi concluída, mas disse que a retirada de duas pessoas que permanecem barricadas num túnel subterrâneo ainda está em curso.

"Não restam mais ativistas na zona de Lützerath", confirmou a polícia em comunicado.

Depois de todos os edifícios terem ficado vazios na sexta-feira da semana passada, a polícia desocupou também, desde o início da operação de despejo, na última quarta-feira, 35 estruturas em árvores, bem como 30 construções de madeira erguidas pelos ativistas.

Ao todo, quase 300 ativistas foram retirados de Lützerath durante a operação, que incluiu quatro ações de resistência ao despejo.

No sábado, uma ampla aliança de organizações contra a exploração mineira e a demolição de Lützerath realizou uma marcha em que também participou a ativista sueca Greta Thunberg.

Além da marcha pacífica, os manifestantes tentaram quebrar as barreiras policiais de acesso à aldeia isolada e à beira da mina a céu aberto, onde a polícia utilizou nomeadamente canhões de água e gás pimenta e efetuou 12 detenções.

Andreas Müller defendeu as ações das forças de segurança, argumentando que no sábado os manifestantes quebraram as barreiras policiais, e apesar dos repetidos apelos não se abstiveram de pôr em risco os agentes, o que não teve "nada a ver com um protesto pacífico, mas sim com procurar um confronto consciente e deliberado com a polícia".

Segundo o comunicado, desde o início da operação mais de 70 polícias foram feridos e nove ativistas foram levados para o hospital, embora não tenham sido relatados feridos graves.

O plano do Governo alemão

Embora o plano do Governo alemão seja de eliminar progressivamente o carvão na Renânia do Norte-Vestefália até 2030, segundo o acordo assinado no ano passado com a empresa de energia RWE, está previsto aumentar a extração de carvão a curto prazo, tendo em conta a crise energética resultante da invasão russa da Ucrânia.

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