Mundo

Lula diz a Biden que "Brasil auto marginalizou-se por quatro anos" com Bolsonaro

Num encontro na Casa Branca, em Washington, Lula criticou ainda o antecessor por se rodear de 'fake news' e por não "gostar de manter relações com nenhum país".

Loading...

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse esta sexta-feira ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que o "Brasil auto marginalizou-se por quatro anos" graças ao Governo de Jair Bolsonaro, a quem acusou de "menosprezar as relações internacionais".

Num encontro na Casa Branca, em Washington, Lula criticou ainda o seu antecessor por se rodear de 'fake news' e por não "gostar de manter relações com nenhum país", pelo que trabalhará para "recolocar o Brasil na nova geopolítica mundial".

"O Brasil isolou-se durante quatro anos. (...) O senhor sabe que o Brasil ficou quatro anos se auto marginalizando. O anterior Presidente não gostava de manter relações com nenhum país. O mundo dele terminava e começava com 'fake news'...de manhã, de tarde e à noite. Parece-me que ele menosprezava as relações internacionais", disse Lula a Joe Biden.

Face a essa descrição de Bolsonaro, Biden respondeu: "Soa-me familiar", arrancando risos dos presentes na sala.

Bolsonaro é "fiel imitador de Trump" e não voltará à Presidência, diz Lula da Silva

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse em entrevista à CNN Internacional que o seu antecessor, Jair Bolsonaro, é um "fiel imitador" do Republicano Donald Trump e que "não tem chances" de voltar ao poder.

Luiz Inácio Lula da Silva concedeu esta sexta-feira uma entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN, durante a sua deslocação a Washington, onde afirmou que as divisões que afetam o seu país não são piores do que a divisão política nos Estados Unidos da América (EUA).

Quer Lula da Silva, quer o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, assumiram os cargos presidenciais num cenário de denúncias infundadas de fraude eleitoral que levaram a ataques contra as sedes dos três poderes em Brasília, em 8 de janeiro, e contra o Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, levados a cabo por apoiantes dos seus antecessores.

"Nunca poderíamos imaginar que num país que era o símbolo da democracia no mundo, alguém pudesse tentar invadir o Capitólio", disse o chefe de Estado brasileiro sobre os ataques perpetrados em 2021 por apoiantes do ex-presidente Donald Trump.

Lula da Silva classificou então Bolsonaro de "fiel imitador de Trump", dizendo que ambos "não gostam de sindicatos, não gostam de trabalhadores, não gostam de mulheres, não gostam de negros".

Contudo, o líder brasileiro disse estar convencido de que "nem todos os que votaram em Bolsonaro seguem o 'bolsonarismo'".