Os familiares da ativista e ex-vereadora Marielle Franco, cujo assassinato completou cinco anos, disseram estar confiantes de que o crime será finalmente esclarecido com o retorno do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder no Brasil.
"Sem dúvida, a volta de Lula da Silva à Presidência nos dá esperança de que finalmente conseguiremos descobrir quem mandou matar Marielle e porquê", disse Mônica Benício, viúva da ativista e também vereadora assassinada, citada pela agência Efe.
Desde que o novo Governo assumiu funções, em 01 de janeiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, ordenou a criação de um grupo especial da Polícia Federal brasileira para apoiar as investigações da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro.
"O Governo anterior nunca demonstrou respeito pela memória de Marielle nem empenho em resolver o caso. Pelo contrário, a morte dela foi tratada com piadas", criticou Mônica Benício, lembrando que o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi um crítico e opositor da ex-vereadora que nunca ofereceu apoio às investigações.
A viúva de Marielle Franco explicou que esse foi o motivo da família se opor ao facto de a investigação do homicídio ter ficado a cargo da Polícia Federal, mas que agora, com Lula da Silva no poder, a ajuda "é muito bem-vinda" e veem as iniciativas federais "com esperança".
Apesar de as autoridades terem prendido em 2019 dois ex-polícias acusados de serem os autores materiais do crime e de a Justiça ter aceitado julgá-los por homicídio qualificado - o que não aconteceu até agora -, a investigação não identificou quem ordenou o crime e nem descobriu seus motivos.
Mónica Benício informou que familiares de Marielle Franco se reuniram na passada segunda-feira com o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para discutir as investigações e que o compromisso do Governo em esclarecer o caso foi reafirmado na reunião, que "injetou neles uma nova esperança".
O pai da ex-vereadora, Antonio Francisco da Silva, afirmou que finalmente espera uma resposta para descobrirem quem mandou matar Marielle e o motivo.
"Com o Presidente que fugiu do país, Jair Bolsonaro, nunca teríamos uma resposta, porque ele interferiu e criou obstáculos para que não pudéssemos ter respostas", afirmou.