A aplicação TikTok tem somado, ao longo dos últimos anos, milhões de utilizadores, mas também muitas polémicas, como por exemplo a suspeita de ser utilizado como ferramenta de espionagem e desinformação a favor da China.
É sobretudo por isso que, nas últimas semanas, vários países têm tentado limitar a sua utilização.
Sob pressão
O TikTok foi banido pela primeira vez na Índia em 2020, após confrontos mortais na fronteira do país com a China.
No mesmo ano, durante o mandato de Donald Trump, os Estados Unidos anunciaram também a intenção de bloquear a aplicação, acusando o TikTok de espionagem a favor da China.
Após um artigo no site BuzzFeed, a rede social admitiu que os funcionários na China tinham tido acesso a dados dos utilizadores norte-americanos, mas recusou tê-los transmitido ao Partido Comunista Chinês.
Numa tentativa de tranquilizar os utilizadores, a empresa prometeu aos norte-americanos e europeus que irá armazenar os dados no seu território, através de parceiros locais. Mas o Governo norte-americano e a Comissão Europeia, já em 2023, proibiram a utilização do TikTok nos dispositivos de trabalho dos seus funcionários.
Washington está agora a pressionar para conseguir uma proibição mais ampla, fazendo eco de uma ameaça de Donald Trump em 2020. Apesar de todas estas medidas, nada travou a ascensão recente do TikTok.
Mil milhões de utilizadores
A plataforma tem agora mais de mil milhões de utilizadores ativos em todo o mundo, incluindo 125 milhões na União Europeia. É a sexta plataforma social mais popular, segundo o último relatório do We Are Social, publicado em janeiro.
É, igualmente, a plataforma com crescimento mais rápido, especialmente entre os mais jovens. Em 2023, os utilizadores do Android utilizaram-no durante uma média de 23 horas e 28 minutos por mês.
Um algoritmo opaco
O TikTok tem atraído muitos influencers devido à possibilidade de edição de vídeo, aos filtros e ao poder do algoritmo. Estes tiktokers conseguiram atrair muitas marcas para as suas contas, mas o algoritmo do TikTok continua a ser totalmente opaco.
Em janeiro, a revista Forbes revelou que os empregados da aplicação TikTok e Bytedance (a empresa mãe) utilizavam regularmente um botão para aumentar o número de visualizações de determinados conteúdos.
De acordo com o TikTok, que recentemente anunciou uma funcionalidade para explicar porque é proposto um vídeo em detrimento de outro, a promoção manual apenas diz respeito a uma pequena parte das recomendações.
Desinformação
A aplicação, tal como outras redes sociais, enfrenta o desafio da moderação de conteúdos. E é regularmente acusada de acolher numerosos vídeos de desinformação, desafios perigosos e imagens com conotações sexuais, apesar de proibir a nudez.
Finalmente, a ferramenta NewsGuard, que avalia a credibilidade de notícias, concluiu, em setembro de 2022, que 20% dos vídeos que circulavam no TikTok sobre a invasão russa da Ucrânia, tiroteios escolares nos EUA e vacinas para a covid-19 eram falsos ou enganosos.