Na sequência da reforma do sistema judicial, que procura limitar os poderes do Supremo Tribunal, transferindo competências judiciais para as mãos dos políticos, a União de Sindicatos em Israel decidiu avançar com uma greve. A paralisação abrange as embaixadas israelitas e a de Portugal não é exceção.
A informação foi avançada pela rádio TSF e entretanto partilhada nas redes sociais da Embaixada de Israel em Portugal.
“Devido à decisão da União de Sindicatos em Israel - para a qual todas as embaixadas israelitas são instruídas a parar de trabalhar e a entrar em greve - a Embaixada será fechada hoje até nova ordem”, lê-se na publicação.
Quem precisar de resolver assuntos com urgência deve fazê-lo por email, aconselha a Embaixada.
“Apenas em questões de emergência, contactar o email: consul@lisbon.mfa.gov.il.”
Ao que a SIC apurou, a greve na Embaixada de Israel foi entretanto desconvocada, pelo que esta terça-feira reabrirá normalmente.
A reforma polémica
A proposta de reforma judicial apresentada pelo Governo pretende retirar poder ao Supremo Tribunal de Israel, atribuindo maior controlo ao Parlamento.
As novas leis preveem, entre outras, a alteração do processo de nomeação dos juízes e a alteração das deliberações judiciais tomadas por este tribunal. Esta reforma, a confirmar-se, será a mais significativa desde que o sistema judiciário foi fundado, em 1948.
O Governo começa por alterar a composição do comité que recomenda a nomeação de juízes para o Supremo Tribunal. Este organismo passaria de nove para 11 elementos, sendo composto, na sua maioria, por elementos do Governo e da coligação parlamentar.
A composição proposta pela reforma incluía três ministro, três deputados da coligação governamental, além dos três juízes e dois deputados da oposição. Ou seja: seis dos 11 membros seriam associados ao Executivo.
[Notícia atualizada às 20:25]