Um incêndio que deflagrou, na madrugada desta terça-feira, num centro de detenção de migrantes em Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, fez pelo menos 39 mortos.
A imprensa mexicana diz que o fogo terá começado quando os migrantes se revoltaram porque se sentiam detidos no centro e, na ala para homens, acabaram por queimar vários colchões.
As associações de voluntários que trabalham com os migrantes dizem que, pelo menos 39 pessoas terão morrido, mas as autoridades mexicanas não confirmaram o número de vítimas, nem foram revelados detalhes sobre o que terá acontecido no Instituto Nacional das Migrações. Os mortos são migrantes, na sua maioria da Venezuela e das Honduras, que tinham sido tirados das ruas, no dia anterior, e levados para o centro porque, de acordo com a polícia, estavam a mendigar e a causar distúrbios na via pública.
Os migrantes estariam fechados, a cadeado, em vários quartos num edifício que é gerido pelo governo mexicano. As autoridades abriram uma investigação para apurar as responsabilidades, numa altura que a região volta a ser muito procurada pelas caravanas de migrantes que vêm da América central e do sul e que querem entrar nos Estados Unidos.
Fluxo migratório aumentou mais de 8%
De acordo com os últimos dados da Organização Mundial para as Migrações, nos últimos meses o fluxo migratório aumentou mais de 8%, em comparação com o ano passado.
A maior parte não consegue seguir viagem e acaba por ficar no México, que se tornou uma espécie de sala de espera para milhares de pessoas que não querem ser repatriadas e que vão ficando em solo mexicano, à espera de uma oportunidade para passarem a fonteira.