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Ana Obregón recorre a barriga de aluguer e é mãe aos 68 anos

A apresentadora espanhola Ana Obregón.
A apresentadora espanhola Ana Obregón.
Jon Nazca

O caso voltou a reacender a polémica sobre as barrigas de aluguer em Espanha e já vários ministros se manifestaram. O recurso a este método é ilegal no país e a apresentadora Ana Obregón viajou para os EUA, onde foi fotografada à saída do hospital.

A apresentadora de televisão espanhola Ana Obregón recorreu a uma barriga de aluguer em Miami, nos Estados Unidos da América, para voltar a ser mãe aos 68 anos.

Uma fotografia da socialite a sair de um hospital em Miami, sentada numa cadeira de rodas e com uma bebé recém-nascida ao colo fez, esta quarta-feira, capa da revista Hola!, que avançou a notícia.

Segundo o jornal La Vanguardia a saída em cadeiras de rodas da mãe e da bebé faz parte do protocolo do hospital.

A própria Ana Obregón, numa reação através da rede social Instagram, confirmou o que tinha sido avançado pela imprensa espanhola: "Fomos apanhadas! Uma luz cheia de amor entrou na minha escuridão. Nunca mais estarei sozinha. Estou viva de novo".

O úncio filho de Ana Obregón morreu em maio 2020 vítima de cancro, aos 27 anos.

A Hola!, apesar de dar a notícia "Ana Obregón, mãe de uma menina através de uma barriga de aluguer", não cita a apresntadora nem qualquer outra fonte, nem diz se efetivamente a socialite pagou por uma barriga de aluguer.

Em Espanha, recorrer a uma barriga de aluguer é ilegal, tal como em França, Alemanha e Itália, mesmo às chamadas "altruístas", que não exigem qualquer tipo de pagamento.

O caso de Obregón reacendeu a polémica em Espanha e já vários ministros apontaram o dedo à apresentadora.

"É uma forma de violência contra as mulheres", afirmou a ministra da Igualdade espanhola, Irene Montero.

Para a ministra da Igualdade, para além da violência, existe um "claro viés de pobreza" em relação às mulheres que se tornam barrigas de aluguer. Também o ministro da Presidência, Felix Bolaños, e a ministra do Orçamento, Maria Jesus Montero, levantaram as vozes contra.

"Os corpos das mulheres não devem ser comprados nem alugados para satisfazer os desejos de ninguém", disse Bolaños.

Os defensores da barriga de aluguer dizem que é uma forma de casais LGBT e inférteis, bem como de pais solteiros, formarem famílias, permitindo mais envolvimento durante a gravidez do que a adoção tradicional.

Já os críticos equiparam a barriga de aluguer ao tráfico humano e as Nações Unidas descrevem o ato como a "venda de crianças sob a lei dos direitos humanos".

O que Ana Obregón fez, visto que a barriga de aluguer é proibida em Espanha, foi viajar para outro país onde as leis são mais flexíveis, neste caso para os EUA. Esta é uma solução adotada por muitas pessoas que pretendem ter filhos desta forma.

No caso espanhol, segundo a Reuters, a paternidade após o recurso a uma barriga de aluguer só é reconhecida por meio de uma adoção legal.