Martine Vik Magnussen tinha 23 anos quando o seu corpo foi encontrado num porão na Great Portland Street, no centro de Londres, em 2008. Já lá vai mais de uma década e meia em que a família tem lutado por justiça. No entanto, ainda nada aconteceu.
O assassino, Farouk Abdulhak, está na lista dos mais procurados da Polícia Metropolitana de Londres e é alvo de um mandado internacional de prisão. Contudo, pôs à prova as suas capacidades de fuga e ainda não foi preso.
Depois de inúmeras tentativas por parte dos jornalistas, finalmente a BBC News conseguiu “arrancar” a verdade da boca do assassino de Martine.
"Foi um acidente sexual que correu mal"
Farouk era colega de escola de Martine quando tudo aconteceu. Sem nunca antes ter assumido o envolvimento na morte da jovem, o assassino demorou apenas dez dias para ganhar confiança com a jornalista que estava a investigar o caso criminal.
Na primeira mensagem que enviou sobre o homicídio, começou por assumir um erro do passado. "Eu fiz uma coisa quando era mais jovem, foi um erro", escreveu.
Entre as milhares de mensagens que ele trocou ao longo de cinco meses com a jornalista da BBC, em nenhum momento mencionou o nome de Martine para se referir à morte dela. Contudo, preferia chamar-lhe de "incidente" ou "acidente".
Uma coisa é certa: o relatório da polícia não lhe considera um acidente. A morte violenta da estudante norueguesa foi causada por "compressão no pescoço", o que "pode significar que ela foi estrangulada, imobilizada ou sufocada".
O corpo dela apresentava 43 cortes e arranhões, "muitos deles típicos de lesões resultantes de agressão ou luta".
Como tudo aconteceu?
A última vez que as amigas viram Martine viva foi na madrugada do dia 14 de março de 2008, na discoteca Maddox, em Londres, onde ela e Farouk estavam a celebrar o fim dos exames.
As amigas dizem que Farouk ofereceu-se para recebe-las no apartamento dele depois da festa, no entanto, estavam muito cansadas para continuar a festa, ao contrário de Martine que queria ir. De facto, as câmaras de segurança mostram a jovem a sair da discoteca com Farouk às 02:59 da madrugada, mas não há testemunhas do que aconteceu depois disso.
Quando o sol nasceu no dia seguinte, Martine já estava morta e seu corpo só seria descoberto 48 horas depois. Já Farouk havia fugido do Reino Unido em direção ao Cairo, no Egito, onde apanhou o avião particular do pai e voou para o Iêmen.
Farouk não é qualquer iemenita. Ele é filho de Shaher Abdulhak, um dos homens mais ricos e poderosos do Iêmen. Shaher era dono de um império de açúcar, refrigerantes, óleo e armas e era amigo próximo de Ali Abdullah Saleh, então presidente do Iêmen.
Quando Martine não voltou para casa no dia seguinte, as suas amigas reportaram o desaparecimento. Mas elas admitem que a polícia só levou a sério o assunto quando perceberam que Farouk eliminou a conta de Facebook. Só depois disso é que revistaram o apartamento e encontraram o corpo seminu de Martine no porão de seu prédio.
“Não posso voltar para o Reino Unido por causa de algo que aconteceu lá"
Farouk assumiu ter "grandes arrependimentos" do passado e lamenta ter ido para o lémen. “Deveria ter ficado em Londres e pagar o preço” pelo crime.
Palavras são bonitas, mas apesar dos remorsos, afirma não estar preparado para retornar ao Reino Unido e confessar para a polícia o que realmente aconteceu em 2008, isto porque seria "tarde demais" para confissões.
No entanto, um amigo do pai, revelou que "Farouk queria ir para a