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Gomes Cravinho considera NATO "porto de abrigo" para Finlândia

O chefe da diplomacia portuguesa considerou que hoje é "um dia histórico" e sublinhou que a adesão de Helsínquia "é algo inesperada, na medida em que há um ano e meio não constava sequer na pauta do debate da agenda política finlandesa".

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O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que esta terça-feira a adesão "algo inesperada" da Finlândia à NATO foi desencadeada pela vontade que Helsínquia tinha de encontrar "um porto de abrigo" face à ameaça que o Kremlin representa.

"A adesão da Finlândia deve-se ao simples facto de a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] ser um porto de abrigo para países que se sentem ameaçados e é isso que explica a expansão da NATO ao longo dos últimos anos", sustentou João Gomes Cravinho, numa breve declaração aos jornalistas no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, na Bélgica.

À semelhança do que já tinha dito o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, durante a manhã, o chefe da diplomacia portuguesa considerou que hoje é "um dia histórico" e sublinhou que a adesão de Helsínquia "é algo inesperada, na medida em que há um ano e meio não constava sequer na pauta do debate da agenda política finlandesa".

" [A adesão] foi provocada pela invasão à Ucrânia", completou, acrescentando que a vontade da Finlândia de aderir à Aliança Atlântica é "uma das manifestações daquilo que é uma transformação geopolítica" que está a ocorrer em todo o mundo por causa da invasão da Federação Russa.

Questionado sobre as ameaças feitas pelo Kremlin de que a expansão da NATO levaria a uma resposta de Moscovo, João Gomes Cravinho considerou que a Aliança Atlântica "é defensiva" e que não está em conflito aberto com a Federação Russa.

Sobre a adesão da Suécia, país que iniciou o processo com a Finlândia, mas cuja adesão está, neste momento, condicionada por causa de um diferendo com a Turquia, o chefe da diplomacia portuguesa opinou que Estocolmo vai acabar por integrar esta organização político-militar.

Até porque há eleições legislativas na Turquia no início de maio: "Creio que em qualquer país é mais propício o momento pós-eleitoral a decisões de fundo do que o momento pré-eleitoral".

A oficialização da adesão da Finlândia à NATO realiza-se no mesmo dia em que Aliança Atlântica celebra 74 anos de existência.

Fazem parte da NATO Portugal, Estados Unidos da América, França, Alemanha, Reino Unido, Turquia, Albânia, Bélgica, Bulgária, Canadá, República Checa, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Macedónia do Norte, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polónia, Roménia e agora a Finlândia.